Rui compra superfaturado e em "fantasma"
sem licitação, o que ainda não atraiu a atenção do Ministério Público, mas sim a de deputados como Alan Sanches (Democratas), que pediu, nesta terça-feira (12) explicações sobre as declarações do presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, Charles Andrew Tang, de que a Bahia comprou respiradores de uma empresa fantasma em Los Angeles.
O Executivo pagou R$ 49 milhões na compra de 600 aparelhos. Em entrevista nesta segunda-feira (11), Tang disse que no endereço da empresa “tem uma casinha, uma boutiquezinha pintada de preto, roxo, amarelo” e afirmou que “o governo da Bahia perdeu esse dinheiro, porque comprou de uma empresa que não existe, uma empresa fantasma”.
Segundo Sanches, caso esta versão seja confirmada, a situação é grave. “Se o governo pagou de fato estes R$ 49 milhões a uma empresa fantasma, a situação tem que ser esclarecidas ao povo da Bahia. Na mesma rapidez que o governador responde ao presidente da República ele deveria explicar o que aconteceu ao povo da Bahia”.
O deputado ainda questiona os requisitos adotados pelo governo para comprar os respiradores. “Não se pesquisou o histórico da empresa? Essa história precisa ser devidamente esclarecida, em respeito ao povo da Bahia, que tem sofrido com as consequências da pandemia, e por estarmos falando de um volume muito significativo de recursos".
"Se isso for confirmado, beira a irresponsabilidade, o amadorismo, um governo de um estado tamanho da Bahia passar por um vexame desse. É lastimável.”, frisou. Sanches acredita ser necessária a intervenção do Ministério Público estadual (MP-BA) e do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Respirador "de maconha"
Além da compra de respiradores em uma empresa fantasma, segundo o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, Charles Andrew Tang, o Governo da Bahia vai comprar, sem licitação, ventiladores médicos de uma empresa sem qualquer experiência ou atividade na área.
A compra de 300 equipamentos, por R$ 48.748.572, a um custo unitário de R$ 162.493, também tem valor unitário mais que o dobro acima do preço de marcado, que fica entre R$ 60 mil e R$ 90 mil. A empresa é a Biogeoenergy, que tem como atividades energia, transporte e mineração.
Além dos preços muito além do normal e de ser uma empresa sem ligação com o que vai vender ao Governo da Bahia, a Biogeoenergy nem é a vendedora direta. Para efetuar a compra, o governador Rui Costa contratou, igualmente sem licitação, a Hempcare Pharma Representações Ltda, de São Paulo.
Ela também não tem ligação com equipamentos médicos. Como o nome indica, a Hempcare tem como atividade a venda de produtos à base de maconha e capital social de apenas R$ 1.000, segundo a Receita Federal. As duas empresas tem apenas 7 meses de vida.
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