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11.Maio.2002

"Sou o candidato do movimento social"

diz ex-secretário de Agricultura, Comércio, Indústria e Turismo de Itabuna, Dadvidson Magalhães, que deixou o cargo em abril para concorrer a uma vaga na Assembléia Legislativa de deputado estadual.
       Aos 41 anos, casado, três filhos, e há 11 atuando como professor de História do Pensamento Econômico e Formação Econômica do Brasil, na Uesc, o candidato do Partido Comunista do Brasil (PC do B) se diz amadurecido.
       Ex-vereador de Itabuna, durante dois mandatos (1989-l996); 2º suplente de deputado estadual, em 1998; e ex-candidato a prefeito, em 1996, o ex-secretário Davidson Magalhães considera que foi satisfatória sua experiência à frente da pasta.
       A criação da Agência Municipal de Emprego e Desenvolvimento (A.M.E.) e programas como o de modernização das feiras livres, que começa a ser executado; de geração de emprego e de qualificação de mão-de-obra, que atendeu a mais de três mil pessoas; o Auto-Credi; revitalização do comércio; e o diagnóstico sócio-econômico são por ele comemorados.
       A seguir, a entrevista concedido ao repórter Luiz Conceição.

A Região - O por quê da manutenção da candidatura do sr. a deputado estadual?
Davidson Magalhães - A minha candidatura surgiu naturalmente em função de ter sido vereador de Itabuna por dois mandatos, e da experiência que adquiri no Legislativo; de minha atuação no movimento social, onde organizei diversos sindicatos e fui um dos coordenadores da luta pela estadualização da extinta Fespi. Também participei de lutas pela reforma agrária na região, com a criação de sindicatos e reorganização de outros. Então, tudo isso, somado à experiência administrativa, com um ano e quatro meses como secretário de Agricultura, Indústria, Comércio e Turismo, e ainda à participação no meio político, com a vitória da frente democrática que derrotou o autoritarismo e elegeu Geraldo Simões, tudo isso, me credencia a ser candidato.

AR - Também pesa a pouca representação regional?
D. M. - Não temos, em verdade, uma representação popular, vinda dos movimentos sociais. Temos candidatos até progressistas. Mas não temos aqueles vindos do movimento ou que tenham ajudado a organizar os movimentos sociais, do setor estudantil até à luta pela reforma agrária. Creio que a região sente a necessidade de ter uma representação que faça ecoar no parlamento a luta social que está do lado de fora. É um espaço a ser ocupado e a sociedade precisa disto.

AR - Aos 41 anos de idade o sr. se considera uma pessoa madura politicamente ?
D. M. - Evidentemente que tenho amadurecido. Toda essa experiência, já que passei por diversos cargos e sou professor da Uesc há 11 anos, dá amadurecimento. Também me torna ainda mais convicto nas posições políticas e quanto aos ideais que abracei desde os 17 anos, que foram o de construir um governo socialista; que o homem não seja explorado pelo homem; e que não tenha apenas a igualdade formal perante a lei, mas igualdade de condições. O amadurecimento não implica na negação das convicções. Ao contrário, esse tempo todo que já passei, reforça as convicções de ter um mundo diferente e isso também busco no espaço político regional.

AR - Qual será a principal plataforma de sua campanha para a Assembléia?
D.M. - Dois aspectos considero importante para chegar lá. Além da luta em defesa do desenvolvimento regional, precisamos conceber uma política que leve em consideração o bi-polo Itabuna e Ilhéus, fora da Região Metropolitana de Salvador, onde hoje se insere Feira de Santana. É um segundo bi-polo da Bahia. Cuidar do bi-polo não implica em olhar somente as duas maiores cidades, mas analisar a importância do ponto de vista econômico, populacional, estratégico e logístico. Há que se ter um projeto abrangente.

AR - As duas cidades devem trabalhar integradas?
D. M. - Devem, sim. Um crescimento isoladamente de Ilhéus ou de Itabuna implica em deslocamento populacional, migração, como já ocorreu. Então precisamos conceber um projeto que leve em conta o bi-polo, já que são cidades com economias complementares. E, a partir daí, levar em consideração todo o conjunto de cidades regionais que também sofrem com a falta de proposta de desenvolvimento. Na minha opinião, o governo age de forma irresponsável. Primeiro no programa de recuperação do cacau, já que desde 1994 que se discute isso. Ou seja, começamos a pensar na recuperação da lavoura do cacau no século passado e nada resolveu.

AR - Falta vontade política?
D. M. - Grande parte das representações regionais estão associadas ao governo do estado. São covardes e não têm posição política firme na mobilização do conjunto das forças sociais da região, no tocante a projeto de desenvolvimento. Projeto esse que deve levar em consideração a importância da recuperação da lavoura cacaueira, em outros moldes e que cuide da pequena produção. Também que reestruture as relações de produção e diversos outros aspectos, com a criação de outros equipamentos, como central de abastecimento, em Itabuna; posto alfandegado, em llhéus, pela característica de cada uma das cidades. Itabuna se caracteriza como centro logístico, com uma economia de serviços. Ilhéus tem o turismo e o pólo de informática ainda não consolidado, mas que é alternativa tecnológica avançada para o conjunto da região.

AR - Como incluir a Uesc no seu projeto de desenvolvimento?
D. M. - Um polo universitário na região do cacau é fundamental. O crescimento da Uesc passa a ser estratégico. Duas instituições jogaram papel importante no desenvolvimento regional: a Ceplac, que foi esvaziada administrativamente pela irresponsabilidade do governo federal e a política neoliberal de Fernando Henrique Cardoso, com o apoio do carlismo na Bahia. O órgão cedeu quadros importantes para região e o que temos chamado de "Intelligentsia" passou pela sua estrutura. Agora, temos a Uesc, que nasceu da Ceplac e de seus recursos. Essa universidade tem um papel muito grande. Por si só, a Uesc já é a terceira geradora de receita na região, depois das prefeituras de Ilhéus e Itabuna, só pelo seu orçamento...

AR - Ocupa papel que foi da Ceplac há algum tempo...
D. M. - É está ocupando mas sobre outro aspecto que é o da formação da ciência e tecnologia, da elaboração de projeto de desenvolvimento a partir de toda a massa crítica que está ali sendo formada.  A Uesc tem esse papel dinâmico. Veja que os quadros que formou estão na administração pública, mudando para melhor o perfil regional.

AR - A consolidação da Uesc é decisiva?
D. M. - É decisiva, não passa pela dispersão e sim pela consolidação do seu campus, e criação de novos cursos. Agora estamos na etapa do amadurecimento da pesquisa e da extensão, vamos ter que avançar muito. Professores estão se reciclando em uma luta pela melhoria da qualidade técnica. Particularmente passei por um mestrado de Economia e achei importantíssimo. Há colegas fazendo doutorado. Então, a massa crítica está em um processo de aperfeiçoamento decisivo.

AR - Não falta maior suporte do governo estadual?
D. M. - O governo do Estado não tem políticas para a educacão, agrária e industrial. O projeto neoliberal é repetido na Bahia. Você cria modismos sem melhorar a qualidade de vida da população. A Uesc foi uma luta histórica. Se conseguiu a gratuidade no governo democrático e não no governo Antônio Carlos. O próximo passo é consolidá-la no aspecto da qualidade, e estamos nessa fase. O governo entende que melhoria de qualidade de ensino é aspecto físico e temos um orçamento estrangulado, o que faz a Universidade perder doutores, assim como gera prejuízos aos programas de qualificação, extensão etc. Defendo uma universidade mais vinculada ao movimento social. O desafio da Uesc é ter feed-bakc (interagir) com a Região Cacaueira.

AR - A participação como secretário da pasta econômica do governo de Itabuna lhe deu mais experiência em relação ao legislador que o sr. foi?
D. M - São duas experiências que se complementam. Como legislador se apresenta e discute propostas, formula leis e mobiliza a sociedade. Mas o cargo executivo é questão técnica e, como sou da área da Economia, pude colocar em prática o que ensino em teoria na sala de aula. Pela experiência política, demos agilidade à solução dos problemas.

AR - Pojetos importantes foram elaborados?
D. M. - Em um ano criamos medidas de curto prazo, alavancando o setor comercial com feiras (Fecita, Feira de Automóveis etc.); entramos em um programa que vai mudar a cidade, com medidas estruturais. Ou seja, não se pode trabalhar com amadorismo, improvisação. Daí que o diagnóstico sócio-econômico vai nortear a cidade e seu crescimento, inclusive trouxemos a universidade para dentro da administração pública, no caso da Ufba. Com a A.M.E., mobilizamos parte das escolas de Administração e Economia, da Uesc, através de professores e estudantes para criar a massa política e permitir o desenvolvimento econômico vinculado à capacitação profissional e a consultoria, com a revitalização de núcleos como o pólo de confecções e calçados, apoio à economia informal etc.

AR - Como o sr. define sua candidatura?
D. M. - Eu sou o candidato do movimento social. O que é isso? É o candidato popular, não populista, que vai se eleger não pelo clientelismo, o dinheiro, mas pela história, pelo que as pessoas conhecem de nossa luta, da prática política clara, sem tergiversar, nunca mudei de partido. Meu partido é o PC do B, é um só, e todos conhecem qual é minha linha e coerência ideológica e política, e mais recentemente pela prática administrativa. Sou conhecido no movimento sindical, no Legislativo de Itabuna e mais recentemente no Executivo. Há um perfil que as pessoas identificam e o grande legado da candidatura é o que sou.

AR - Mas o sr. não se acha candidato só de Itabuna?
D. M. - Minha candidatura é do Estado da Bahia. Ninguém se elege em uma cidade só para poder representá-la. Minha base eleitoral é Itabuna e disso todo mundo sabe. Agora sou candidato da região, já que quando lutamos pela estadualização da Uesc, foi uma mobilização regional. Ajudei a organizar o Sindicacau, os sindicato dos trabalhadores rurais e dos professores de Ilhéus. Então, fizemos parte das lutas regionais. Quem é oposição em Ilhéus? Há quem se diga oposição e apoie os mesmo candidatos do grupo carlista.
       O PC do B é oposição à prefeitura e ao prefeito de Ilhéus pelo seu apoio ao carlismo e, coerentemente somos oposição ao neoliberalsimo em Ilhéus, na Bahia e no Brasil. Também tenho apoios em Salvador e outras regiões do estado, de onde vieram muitos dos meus alunos. Estaremos na Assembléia Legislativa defendendo os interesses da Bahia e, particularmente da região Sul do Estado.

 

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