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12 de Junho de 2004

Eliezer Correia, superintendente adjunto da Ceplac
"A Ceplac não tem uma visão só do cacau"

       afirma Elieser Correia. “Muito mais do que isto, passou também a conservar e resgatar o papel social no desenvolvimento dos seus programas, que são muitos e bem diversificados". A afirmação é do superintendente adjunto da Ceplac, Elieser Correia.
       Técnico agrícola, formado pela Emarc de Uruçuca, mestre em planejamento e gestão ambiental, bacharel em administração de empresas, 51 anos de idade e 30 de Ceplac. Elieser já foi secretário municipal de Administração e de Finanças da Prefeitura de Itabuna entre os anos 92 e 96.
       Em 80, quando foi admitido pela Ceplac, atuou na organização dos produtores no Lago do Sobradinho e tem uma larga experiência nos programas de corporativismo, sobretudo na agricultura familiar, o que tem lhe garantido segurança e desenvoltura na elaboração e execução de projetos arrojados desenvolvimento pela Ceplac.

A Região - Que balanço o senhor faz da atuação da Ceplac com relação aos projetos desenvolvido nos últimos anos?
       A Ceplac hoje é um órgão que tem uma dimensão muito grande no desenvolvimento rural sustentável das regiões produtoras de cacau. Ela tem os dois biomas mais importantes do mundo, que é a conservação da bio-diversidade da Mata Atlântica do Sul da Bahia e do Norte do Espírito Santo, onde está situado um grande programa de conservação do corredor central da bio-diversidade da MA. O outro é o de estar inserida no debate sobre as políticas públicas nessa região e o papel social no desenvolvimento de seus programas.

AR - Que missão a Ceplac passa a ter a partir desse resgate social que o senhor destacou?
       A missão é a de reorientar seu papel para promover o desenvolvimento da região, pensando na estabilidade desse movimento ao longo do tempo e na sustentabilidade ambiental. É promover a conservação da bio-diversidade e, ao mesmo tempo, trabalhar utilizando a agropecuária, os agronegócios das cadeias públicas dessas regiões.

AR - De que forma esse trabalho vem sendo conduzido para que ela alcance o objetivo?
       Iniciamos um debate no dia da Mata Atlântica e, coincidentemente, foi num dia em que os alunos de agronomia estavam realizando um encontro de agroecologia nordeste, um debate interessante de mudança de paradigmas no mundo, que é o de você modificar o sistema de produção convencional aplicando químicas e passar a trabalhar com um sistema de produção natural, inorgânico. Nessa discussão da Mata Atlântica tivemos parceria da Uesc e fizemos um evento em Ilhéus, onde apresentamos uma oficina de teatro e um debate sobre as questões ambientais da região.

AR - A Ceplac também fez uma programação para a semana do meio ambiente. O que você destaca?
       Foi lançado o programa interno e, para nossa surpresa, cerca de 500 alunos das escolas públicas participaram das atividades com palestras, debates, visitas às áreas de preservação e de pesquisa da Ceplac. A instituição está praticando algo inédito nos órgãos púbicos de pesquisa, que sempre tiveram sua ação voltada para pesquisas e desenvolvimentos de interesse apenas da agricultura convencional. Estamos desenvolvendo pesquisa genética, de resistência nas plantas do cacaueiro, inclusive superando a necessidade de aplicar insumos químicos e agrotóxicos.

AR - Quais outras ações beneficiam o produtor?
       Estamos trabalhando num programa de bio-fungicida natural com predadores naturais para controlar tanto a podridão parda quanto a vassoura-de-bruxa, e temos um programa de energia renovável, resgatando a produção de dendê para a utilização como bio-combustível. Estamos recebendo uma missão da Petrobrás para implantar uma unidade piloto na Ceplac que vai produzir o combustível do dendê. Em outras regiões estão produzindo com mamona.

AR - Estes são alguns programas que começaram a ser desenvolvidos há anos pela Ceplac. Já existiam outros...
       Sem dúvida. Temos outro programa de bio-conservação de algumas espécies importantes, como o pau brasil, que quase vai para o rol de extinção. Temos parceria com uma associação de industriais e artesãos de violinos na Europa e outras instituições daqui, promovendo o povoamento do pau brasil, que foi o marco que deu origem ao nome do Brasil.

AR - Eles são desenvolvidos só no sul da Bahia?
       Esse trabalho vem sendo desenvolvido em toda a região da Mata Atlântica na Bahia e no norte do Espírito Santo. Já estamos com vários técnicos trabalhando na identificação dos cultiváveis da espécie pau brasil aqui na região, estamos produzindo sementes para que a gente repovoe e possamos ter grandes florestas da espécie, como no momento da colonização.

AR - Tem um programa premiado, não?
       Tem, inclusive premiado internacionalmente, que é o do bicho preguiça de coleira. É um grande projeto porque quando se está conservando uma espécie, não se está conservando fragmentadamente um animal. Se está preservando um ecosistema, uma cadeia de vida alimentar, com uma série de outros elementos, tanto da fauna quando da flora, que estão sendo inseridos nesse sistema de preservação da bio-diversidade.

AR - No domingo passado também se comemorou o Dia Internacional do Cacau. Qual foi a programação para a data?
       Nesse dia tivemos uma programação intensa para o cacau. Falamos de sua importância não apenas econômica mas sobretudo de conservação. A região tem sobrevivido, sem se transformar em deserto, graças à continuação do cultivo e do poder público, através da Ceplac, que fomentou e estimulou esse cultivo. Temos um sistema de produção originário do cacau, singular, que é um sistema cabruca que não existe em nenhum outro lugar. É o único cultivo que tem atributos ecológicos profundos de interação da atividade econômica com a atividade da floresta e manutenção da bio-diversidade. Conseguimos com isso preservar uma parcela da Mata Atlântica, mesmo assim apenas cerca de 7% de área.

AR - A Ceplac também vem fazendo um trabalho de conscientização para mudar a visão utilitarista do produtor?
       Estamos desenvolvendo um sistema produtivo que trabalhe a percepção do homem sobre o uso sustentável dos recursos naturais. Ou seja, poderemos explorar determinada faixa de terras mas considerando essa terra não apenas fator físico de produção, mas considerando que alí existe vida e sobrevida que devemos preservar. Estamos superando essa visão e estamos fazendo com que o homem entenda que, no momento em que está plantando, tem que ter um sistema de produção que conserve o espaço e se ele tirar a floresta, estará também eliminando uma série de vidas e prejudicando os recursos hídricos nesse espaço onde ele vai sobreviver. Estamos conseguindo sensibilizar os estudantes e temos hoje uma parcela significativa de produtores com certificado de produtores orgânicos, o que já é um grande avanço.

 

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