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25 de Abril

Geraldo Simões, deputado federal

"Foi a vaia mais bonita que eu vi"
geraldo simoes alfinetou o deputado federal Geraldo Simões, sobre a vaia que o ministro Geddel Vieira Lima tomou em Ilhéus. O vice-líder do PT na Câmara dos Deputados acredita que Jaques Wagner será o melhor governador da história para o sul da Bahia.
      Sua confiança está nos projetos estruturantes, como Porto Sul, e a implantação do complexo têxtil em Itabuna, que deve atrair grandes empresas, como a Coteminas.
      Geraldo ainda fala sobre a campanha a prefeito de 2008, os boatos de compra da candidatura de Fábio Santana, analisa o governo de Azevedo, fala do mandato de deputado federal. E, claro, atira em Geddel.

A Região - Você diverge dos rumos do PAC do Cacau. Do que discorda?
       A Ceplac e os produtores querem aumentar o prazo de carência e o pagamento da dívida de 12 para 20 anos. Meu receio é o tempo. A renegociação já era para estar sendo feita em dezembro, para o produtor pegar dinheiro em janeiro para o custeio.

AR -A discussão do PAC já dura mais de dois anos...
       O PAC saiu em um ano e meio. Começou no início do governo Wagner e foi lançado pelo presidente Lula, em Ilhéus, em maio do ano passado.

AR - E teve aquele episódio da vaia a Geddel. Quem orquestrou a vaia?
       Foi a vaia mais bonita que eu vi na minha vida. Agora não foi orquestrada, mas uma reação do povo àquela arrogância do ministro, que se colocava como o pai e a mãe do PAC do Cacau. Todos sabiam que aquele plano foi fruto de entendimentos entre o governador e o presidente.

AR - O PAC empacou, está lento?
       Todo o planejamento que fizemos era assinar os contratos em dezembro e liberar dinheiro em janeiro, tirando mais de 10 mil produtores da inadimplência. Nós já estamos em abril e nenhum contrato foi assinado. Sou favorável a aumentar prazo de pagamento, carências e descontos, desde que não atrapalhe a assinatura dos contratos nas condições de hoje.

AR - Como seria possível ao produtor assinar contratos e depois ver condições melhores em outra negociação?
       A lei só não retroage para prejudicar, mas para beneficiar, pode. Faz o contrato hoje, pega o dinheiro, investe na propriedade e, se daqui há um ano tem uma política nova, com prazos maiores e descontos, aplica nesse contrato. Meu receio é a região passar mais um ano sem dinheiro novo, R$ 300 milhões em 2009.

AR - O adimplente já pode tomar esse dinheiro?
       Pode, dinheiro para custeio e para investimento. Há 20 anos que não se aduba nem combate praga na região e, por isso, a produtividade por hectare está em torno de 15 arrobas quando poderia estar em 50 se aplicasse as novas tecnologias.

AR - A Ceplac emitiu nova Nota Técnica em que trata a vassoura-de-bruxa como catastrófica. É este o caminho?
       A Ceplac expediu nota dizendo que houve problema na primeira e segunda etapas. Foi com base nisso que o governo escalonou os descontos, tem desconto melhor para as duas primeiras etapas. Quanto às duas últimas etapas, ela não identificou problema.

AR - Há quem defenda a mudança da Ceplac para Embrapa Cacau. O que acha?
       Meu entendimento é que devemos reformular, dar um formato jurídico à Ceplac, para que ela cuide do desenvolvimento, da pesquisa, para as regiões de cacau do Brasil.

AR - Como o sr. vê a atuação de Wagner no sul da Bahia, em Itabuna?
       O governo sinaliza com a construção de um novo aeroporto para Ilhéus, porto, ferrovia ligando o oeste a Ilhéus e uma rodovia duplicada entre Ilhéus e Itabuna, além de uma ZPE. Tudo feito por um governador. Estou convencido de que Wagner se consolida como o melhor governador para o sul da Bahia.

AR - O sr. diz que trabalhou para reduzir a participação do PMDB no governo, mas quem perdeu espaço foi o PT. Qual a lógica dessa estratégia?
       Não diminuiu tanto a influência do PT, mas a da minha tendência, a Construindo Um Novo Brasil, que ficou sem secretaria no governo e está assumindo um novo espaço. E a educação vai ser ocupada por nossa corrente.

AR - Adeum Sauer sai da educação?
       Não vai ter mudança. Adeum será um secretário da cota da corrente Construindo Um Novo Brasil. Isso não é segredo. Ele fica mais fortalecido à medida em que também é assumido pela nossa tendência.

AR - Corrente lembra peso... Qual é o jogo de Geddel com o governo?
       Eu nunca vi um político ser tão ajudado como ele. Na eleição de 2006, não venham dizer que ele foi decisivo. Foi importante. Wagner teve quase 40% na outra eleição. Então, nunca vi um político receber ajuda como Geddel, de Wagner e Lula. É por isso que o PMDB tem várias prefeituras e deputados. Mas acho que ele quis pular etapas e já começou a fazer campanha para governador.

AR - A campanha é para valer?
       É, mas não está tendo o respaldo da opinião pública. A pesquisa (Datafolha) mostrou. Não pode um aliado com o espaço que ele tem no governo querer disputar a eleição com esse governo.

AR - E como é que vai ficar a relação?
       Eu tenho minha opinião. Acredito que se deva dar prazo ao PMDB, independente dos acordos nacionais, para o partido se definir se quer vir com a gente, se terá candidatura própria ou vai se aliar a outro agrupamento. O que não dá é ficar enrolando a gente e vir com essa conversa de vamos ver, vamos ver, para decidir em abril do ano que vem. Acho que tem que se definir isso hoje, que Wagner é o candidato dele à reeleição. Aí, nós diremos que ele é nosso ao Senado...

AR - O governo tem aliados fortalecidos, como o PSB, o PCdoB. Isso ajuda para 2010?
       Ajuda. O governador sempre diz que gosta de aliados fortes. Ruins são os falsos aliados. É bom o PSB, o PCdoB ficarem fortes.

AR - E os falsos aliados, quem são eles?
       Falso aliado é o PMDB. Você não ouve Lídice da Mata, do PSB, dizendo que será candidata a governadora e não vê ninguém do PCdoB. Todos eles querem a reeleição do governador Wagner. O PMDB age diferente, diz que pode se aliar com Paulo Souto (DEM) ou ter a candidatura de Geddel. Ninguém viu os líderes do PMDB dizer que vão apoiar Wagner.

AR - O PMDB reclama do PT sair do governo de João Henrique e disputar a eleição contra ele...
       Acontece que o PMDB escolheu o PT para ser adversário no interior. Veio em Itabuna, em dezembro de 2007, muito agressivo. Fez isso em Juazeiro, Alagoinhas, Cruz das Almas, Teixeira de Freitas. O que aconteceu em Salvador foi resultado da provocação do PMDB nas várias cidades do sul da Bahia.

AR - Geddel, em dezembro de 2007, o provocou ao receitar Lexotan. Você tomou?
       Não precisei. Mãe (d. Angélica) me receita um remédio caseiro. Eu estava era certo da minha tática eleitoral, que era a composição com o PMDB. Que, no final, contra a vontade dele, acabou acontecendo. Na reta final, o PMDB retirou o apoio a Fábio, a candidatura começou a cair e Geddel pressionou para ele apoiar Azevedo.

AR - Fábio, como se fala, recebeu R$ 2 milhões para apoiar Juçara?
       Ela não teve volume de recursos necessário nem para a campanha dela, como iria comprar apoio? A melhor postura de Fábio foi a do final. Eu presenciei a ligação de Fábio para Geddel, quando ele disse “ministro, não dá mais para mim. Vou retirar minha candidatura para apoiar Juçara”. E eu ouvi o ministro esbravejando “Não, p.... nenhuma. É Azevedo, é Azevedo”.

AR - Você não acha que esse apoio prejudicou Juçara?
       Se Fábio fosse apoiar Azevedo, Azevedo iria recusar? Teria mudanças no percurso eleitoral por conta desse apoio? Se Juçara não aceitasse o apoio de Fábio, estariam dizendo que perdeu por não aceitá-lo.

AR - Na sua opinião, o que foi preponderante para a vitória de Azevedo?
       Ele fez três promessas muito fortes para a população: dar R$ 100,00 a 20 mil famílias por mês, dar carteira de motorista de graça e um pedaço de terra para a pessoa plantar. Saiu correndo e abrançando o povo e dizia que quem gostava do povo era ele. E o populismo tem poder aqui. Já tivemos José Alcântara, Fernando Gomes, Simão Fitermann...

AR - E o Geraldo Simões?
       Não, não. Comigo era diferente. Eu mediava aquele atendimento com políticas públicas de qualidade. Esgotamento sanitário, educação, saúde. Quando cheguei à prefeitura, vi que teria que haver esse atendimento individual e as políticas públicas. Os dias passam e eu tenho a certeza que Juçara seria o melhor para Itabuna.

AR - Por que?
       A experiência está mostrando isso. O que temos aí é um prefeito que até para tapar buraco procura o governador. Limpar canal e tapar buraco é para a prefeitura fazer. O prefeito deve procurar o governador ou o presidente para as grandes obras de infraestrutura.

AR - Como serão as parcerias para 2010, atendendo Juçara, Jota Carlos, Fábio?
       Primeiro, Juçara. Nunca discutimos sua candidatura entre nós e com o partido, embora ela venha sendo muito cobrada em Itabuna e região. Isso é normal para quem teve mais de 40 mil votos para prefeito. Eu entendo que a região tem poucos deputados e muitos votos.

AR - O seu comedimento em relação a Juçara seria por conta dos resultados das eleições municipais?
       Nós passamos um ano discutindo a candidatura de Juçara. Comecei a discutir com o governador, o aliado Jota Carlos e discuti com Fábio. E o partido fez uma prévia. Quem forçou as prévias (Iruman Contreiras) teve apenas 10%. E digo que foi a melhor candidata e seria melhor prefeita do que eu fui. Estou convencido disso.

AR - Quanto ao mandato, o que lhe deu a condição de retornar a Brasília já na condição de vice-líder do PT?
       Vamos trabalhar para atuar afinados com as políticas dos governos Wagner e Lula para que a região seja beneficiada com isso. Veja o caso do INSS, que está ampliando a sua rede de atendimento no Brasil. Estou trabalhando para a região ser bem contemplada. Tem o PAC do Cacau, as políticas do estado, a duplicação da rodovia BR-415.

AR - A que se deve essa falta de representatividade do sul da Bahia tanto na Assembléia como na Câmara?
       Se você pesquisar, dos anos 30 para cá, verá que sempre tivemos a riqueza do estado, mas nunca tivemos preocupação com a representação política, sempre votamos em candidatos de outras regiões. Nunca tivemos senador, governador. Conquista, Salvador, Jequié já elegeu governador.

AR - Você não ajuda a ampliar esse problema quando apoia candidato de fora?
       Existem candidatos que são muito por categoria. Por exemplo, o deputado Jota Carlos. Ele já era votado aqui antes de fazer dobradinha comigo. Ele anda aqui em Itabuna há 20 anos, como representante dos rodoviários. Jota Carlos tem trabalhado comigo. O pólo têxtil, por exemplo, vem para Itabuna e ele está batalhando por isso, vem casado com a inauguração do Gasoduto.

AR - Quais são as prioridades para o seu mandato?
       Eu defendo em Ilhéus que o porto atual tem que ser reativado. Ele perdeu muito. De 1,3 milhão de toneladas exportadas por ano, só está com 300 mil. E sua capacidade é de 4 milhões de toneladas.

AR - Não é falta de estrutura?
       É. Como é que se gasta R$ 1 bilhão no porto privado, que terá investimento público, e eu não posso gastar R$ 60 milhões no que já existe? Eu ajudei a liberar R$ 15 milhões para aumentar o calado de 10 para 14 metros. A partir daí é completar o aterro e dobrar o tamanho da retro-área de 100 mil para 200 mil metros quadrados.

AR - Os investimentos demandados garantiriam competitividade ao porto?
       Além das cargas de algodão, grãos, celulose, você tem outro fator. A maior parte dos produtos que vem dos Estados Unidos, Europa e Japão entra no Brasil pelo porto do Espírito Santo e dali distribui para o Brasil, mas a capacidade do porto de lá chegou ao limite. E parte dessa movimentação pode ser trazida para cá.

AR - As críticas das oposições a Wagner é que lhe faltam projetos de infraestrutura...
       O governador tem só dois anos de mandato e encontrou o estado sem projeto. Já iniciou a Via Portuária, de R$ 380 milhões. Eu deixei um projeto, na presidência da Codeba e o porto de Salvador vai receber R$ 200 milhões. Tem investimento em ferrovia, porto, rodovia...

AR - E qual o contraponto das oposições, na sua visão?
       O que eles fizeram? O porto da Ford que quem opera é Fernando Barros, tiraram os carros do porto público. E tem esse porto Dias Branco, também operado pelo Fernando Barros. Foi quem cuidou da comunicação dos governos do grupo de ACM ao longo dos últimos 30 anos, e, além de porto, trabalha com venda de remédio, carteira escolar, transporte. São 30 empresas dele que trabalhavam com o estado.

AR - Como você tem acompanhado essa choradeira dos prefeitos?
       No caso de Itabuna, a informação que eu tenho é que os repasses federais caíram pouco. O que caiu será compensado no início de maio. Em compensação, o Hospital de Base, por exemplo, recebia R$ 600 mil e hoje recebe R$ 1,5 milhão do Estado.

AR - E de gestão, como analisa o governo de Azevedo?
       Você já viu um governo tão ruim como a gestão passada (de Fernando Gomes)? Eu tenho receio que o atual acabe sendo parecido. As caras são as mesmas. Fico preocupado porque uma gestão ruim é pesado demais para a cidade, imagine oito anos perdidos. É muito difícil. Torço para que esse governo se acerte.

AR - Você possibilidade de convivência boa entre Azevedo e o PT?
       O presidente Lula liberou R$ 40 milhões para a barragem no governo de Fernando. Politicamente, o governador vai tratar a gestão de Itabuna sem diferenças. Só que eu vi Lula mandar muito dinheiro para Itabuna, mas isso não significou nada para a cidade. Como foi gasto esse dinheiro? Barragem que deveria ser feita? O restaurante popular fechou, a reforma do estádio não foi concluída... É assim. Eu tenho receio.

AR - Qual seria a prioridade de Itabuna, o que ela precisa mais?
       Eu acho que Itabuna precisa colocar a saúde como elemento de geração de empregos, de desenvolvimento. Nós estávamos atendendo a mais de 100 municípios na nossa gestão, a população viu os investimentos feitos em oncologia, em cardiologia - que não foram concluídos e o dinheiro estava em caixa... O prefeito chegou ao secretário de saúde Jorge Solla e disse que só queria ficar com a rede básica. Não dá.

 

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