entrevista
14.Fevereiro.2015



Claudevane Leite, prefeito de Itabuna

“O candidato é Vane, com apoio do PCdoB”
vane reafirma o prefeito de Itabuna, Claudevane Leite, sobre os boatos de que não seria candidato à reeleição. Vane destacou a parceria harmoniosa dele com seu vice Wenceslau Junior, o deputado federal Davidson Magalhães e o PCdoB.
      Durante uma hora, Vane conversou com o jornalista Marcel Leal no programa Mesa Pra 2, da rádio Morena FM (quartas, 15h), abordando a possível entrada de novos partidos na base aliada, o apio de seu partido ao DEM e sua posição independente de apoio a Rui Costa. Confira.

ML – Vane, existe uma conversa nas ruas de que o PDT e o PMDB querem entrar para seu governo. Mas, o que os dois tem para oferecer que valha a pena?
       Vane – Todo governo quer ter o máximo de partidos na sua base aliada, mas esses partidos não vem de graça, eles querem espaço, querem cargos. Então, a pergunta hoje é o que eu tenho a oferecer, porque estamos com a folha ainda inchada e não tenho como nomear ninguém mais. No caso do PMDB existe ainda o fato de que sua direção estadual já deixou claro que vai marchar com outro candidato em 2016.

Seu partido está com o DEM de ACM Neto, mas você apoiou Rui Costa. Isso vai ser problema mais à frente? Pode fazer você voltar para o PT, até pela mudança no diretório local?
       Não, apesar de me sentir honrado com o convite do PT, estou muito bem no meu partido. Na época da campanha, fui bem claro e sincero com o PRB, dizendo que apoiaria a candidatura de Rui Costa. O partido entendeu minha posição e continua entendendo. Mas meu relacionamento com o PT é muito bom.

Vejo muito a queixa de queda na arrecadação, mas os dados do governo federal mostram que os repasses na verdade aumentaram, tanto em 2013 quanto em 2014...
       Aumentou em torno de 8%, cobre quase só a inflação. E dinheiro para investimento? Só para se ter uma ideia, gastamos em 2013 87% para pagar folha e débitos. Sobraram 13% e ainda consegui fazer muita coisa. Foram 71% da folha, 6% para a Câmara e ficou ainda um débito, mesmo baixando o gasto com a coleta de lixo. Em 2014 tivemos que parar alguma coisa, mas vamos recomeçar.

Nós não temos carnaval, uma decisão que a maioria aprova, por causa da violência, mas a prefeitura não poderia fazer alguma opção nas praças, em especial para as crianças?
       Pedi uma pesquisa e 72% não quiseram porque tem medo da violência. Essa ideia é boa, mas o problema é dinheiro. No dia da cidade tivemos algo grande, assim como no dia da criança. Houve um resgaste, tivemos muitas atrações e um público considerável. A gente pode pensar em alguns eventos e colônia de férias no período de carnaval para atender as crianças. Agora não, mas podemos programar para o próximo ano.

Quando começou seu governo, a meta era pagar em dia. Foi possível fazer em 2012 e 2013, mas do ano passado existem atrasos desde novembro. O que houve?
       Em 2013 a gente quebrou algo histórico, o calote na cidade. O fornecedor recebia. Mantivermos e pagamos o salario atrasado. Pagamos só de INSS R$ 310 milhões. De agosto a dezembro do ano passado a receita caiu demais e se prolongou muito. E eu tenho que pagar o meu para não deixar a divida para outro prefeito.

De que receita você está falando já que o governo federal disse que aumentou a receita? A receita própria aumentou?
       Sim, a receita própria tem crescido, com o IPTU Premiado, por exemplo, mas eu tive o cuidado de não onerar o contribuinte. Eu não aumentei nada. A gente passou 2014 com 36 ações na cidade em escolas e postos de saúde em reformas, por exemplo. E fechei o ano com o salario pago, inclusive dos professores.

Nesse inicio de ano já deu para equilibrar o orçamento?
       Em Itabuna, algumas coisas que estavam paradas vão recomeçar. As pessoas pedem obras de saneamento, mas temos que nos preocupar com as escolas que estão sendo reformadas. Temos a Casa das Artes, com 2.500 crianças estudando e vamos abrir a segunda para atender mais 2.500, lá no CSU. Temos ainda o Viv-Arte, que foi sucesso no ano passado e vamos reativar. Só ai, vão ser mais de 9 mil crianças nas escolas e praticando algum tipo de arte.

Você teve problemas na aprovação de suas contas. O que houve?
       Foi erro técnico. O TCM inclusive colocou como irregularidade e não como improbidade. Talvez tenha sido falta de algum documento ou de publicação. Já pedimos a reconsideração.

Havia uma lista de 900 pessoas para serem demitidas no ano passado? Elas foram demitidas?
       Nunca houve essa lista. Desde o inicio tivemos austeridade. Baixei meu salário em 65%, assim como os dos secretários e diminui os comissionados. Tiramos algumas pessoas no inicio. Foram mais de 700 e depois fizemos seleção. Em 2013 baixei 11% na folha, no ano passado mais 6% e até 2017 vou estar com 50% ou 52%. Isso é planejamento. Diferente de outras gestões que só aumentavam a folha.

O Centro de Zoonoses tem feito um trabalho espetacular e tem um projeto de “castomovel” para pegar animais nas ruas e castrá-los. Existe possibilidade de fazer?
       Com certeza. O diretor do centro, Waldemar d'Afonseca tem trabalhado muito e é visível a mudança da Zoonoses. Saímos de zero cirurgia para quase 3 mil, com recursos próprios. Estamos buscando parceria com os governos para que o trabalho seja ampliado aos bairros.

Você deu uma parada em alguma obras, umas foram retomadas. E as outras?
       Temos trabalhado com recursos próprios como três postos de saúde e muitas escolas sendo reformadas. Já entregamos a escola Everaldo Cardoso, com mais 4 salas e até março entregaremos mais duas escolas. Hoje temos três equipes de asfalto na cidade, uma de calcetamento em varias partes na cidade. Temos ainda três de terraplanagem e duas de saneamento, fora as equipes da Emasa. Reforçamos o serviço de limpeza e de iluminação pública também. Estamos trabalhando.

Voltando às escolas, teve gente que não entendeu o fechamento de escolas como a Lúcia Oliveira. O dono pediu o prédio?
       É, pediu. As pessoas criticam sem saber do que se trata. Estamos nucleando as escolas. Temos 111 em Itabuna e qual é o custo disso? Temos escolas em locais impróprios e é preciso pagar e limpar prédios. Na zona rural, temos 4 alunos em barcaças. Estamos construindo uma escola de nível médio no campo, o que significa mais oferta e não “fechando escolas”.

A Zona Azul melhorou o estacionamento, mas ainda faltam ações para incentivar a compra no comercio de Itabuna para evitar a recessão. Tem algum plano?
       É situação do país, mas apoiamos todas as campanhas da CDL. Tivemos no Natal a cidade mais iluminada do país. Temos contribuído para o fortalecimento do comercio, melhoramos a limpeza da Cinquentenário, colocamos coletores e iluminação. E a Zona Azul, que foi uma ferramenta muito importante. Temos feito ações para amenizar a situação do comercio.

Com relação aos camelôs, eles estão voltando a invadir a avenida.
       Eles sempre voltam e a gente está tendo uma atitude dura. Não quero culpar a empresa que ganhou a licitação para a construção do Shopping Popular, mas ela não tem capital de giro e não conseguiu fazer. A gente vai destratar de forma amigável e fazer nova licitação. Vamos fazer o Shopping Popular Tabocas com boxes, praça de alimentação, tudo bonito.

Tem algum projeto para o centro da cidade neste ano?
       Eu peguei uma cidade suja, sem boa iluminação e cheia de buracos. Ainda tem buracos, mas diminuiu muito. Assim como investimos no Hospital de Base com ampliação de leitos, a psiquiatria que hoje está funcionando, mais ambulâncias e tudo com recursos próprios. No centro, vamos investir em nova iluminação, inclusive nas praças.

O que já foi feito na feira do São Caetano?
       Já arrumamos o teto, que estava prestes a cair, construímos alguns boxes, melhoramos a coleta de lixo. No Centro Comercial estamos trabalhando, com o apoio dos comerciantes do mercado de carne e na feira da Califórnia tivemos que derrubar algumas barracas. É questão de saúde pública. Queremos colocar manilhas ao redor da feira, no canal. São ações pequenas, mas que tem melhorado a vida da população.

Lanns Almeida apresentou um projeto para despoluir o Rio Cachoeira, que projeto é esse?
       Apresentamos em Brasília. Hoje fazemos a coleta de 80%. Pegamos a cidade com praticamente zero de tratamento e hoje tem 14%. Com a obra do PAC e do Minha Casa, a gente deve chegar a 34% a 40% de esgoto tratado. Na gestão da Emasa, foi ampliado o tratamento e a oferta de água.

Como a boataria não para, como está você e o PC do B de Wenceslau?
       Wenceslau é um amigo, tem ajudado muito, nossa relação é fraterna. Ele é um vice muito atuante e o objetivo do PC do B é minha reeleição. Pegamos a cidade pior do que imaginávamos, até porque a transição não foi feita, impediram o acesso a muita coisa. Itabuna precisa ao menos de 20 anos de boas administrações para tirar a cidade dessa situação.

Não tem uma secretaria na qual você pretende fazer alguma mudança?
       Tem. Temos as secretarias “meio”, como a controladoria, procuradoria, de governo, e tem as secretarias “fim”. Na Agricultura, temos Lans, que tem feito um trabalho espetacular. Temos o maior PAA do país. Estamos conseguindo R$2,6 milhões para a arborização do rio e conservação das matas ciliares e nascentes.
      Na Educação temos Dinalva, que está fazendo gestão espetacular. No Esporte, temos ações que nunca foram realizadas em Itabuna. Temos o maior campeonato da Bahia, Bom de Bola Melhor na Escola. A Ficc dispensa comentários. Na saúde, com Eric enfrentando dificuldades comuns em todo o país, deu uma melhorada.
      Paulo Bicalho no Hospital de Base tem dado um show e Ricardo na Emasa pegou uma empresa falida que hoje vive em outro patamar. E o que falar de Marcos Monteiro? Um leão pra trabalhar. Nossas secretarias trabalham.
      Só duas cidades na Bahia tem a Fundação Getúlio Vargas, que conseguimos trazer para Itabuna pra planejar a cidade. Ela falou que não encontrou melhor secretários em cidade nenhuma como em Itabuna.

Sobre a Fundação Marimbeta e Assistência Social, você não acha que precisam melhorar?
       A Marimbeta precisa melhorar, não tenho dúvida. A SAS também. Mas reabrimos o Restaurante Popular e até abril vamos abrir o segundo, e o Banco de Alimentos em Nova Ferradas. Vamos pegar aqueles produtos bons para o consumo, mas que não podem ser revendidos, e repassar para as pessoas e instituições.

Com relação à Rodoviária, não acha que poderíamos ter outra?
       Até pensamos nisso. Mas, conversando com os empresários, a gente ia “matar” aquele comércio do entorno. E depois, estamos segurando até agora as tarifas, já vai fazer 5 anos que não teve aumento. A pressão ficou pra mim. O que vamos fazer é a licitação do transporte coletivo e aí podemos ter uma estação de transbordo.

Você vai aproveitar a nova licitação para incluir micro-ônibus e vans em alguns bairros?
       Nós vamos colocar na licitação que as empresas coloquem micro-ônibus nessas linhas. Vamos ter ônibus mais novos e os empresários vão brigar para diminuir as tarifas. Mas é muito difícil licitação do transporte coletivo, porque é praticamente o mesmo grupo que opera no país inteiro.


 
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