Grupo Chaves é autuado pelo MPT

Uma empresa do grupo Chaves Agrícola e Pastoril Ltda., onde 10 trabalhadores foram resgatados em condição análoga à escravidão, deve comparecer ao Ministério do Trabalho para pagar as rescisões de contrato.

A operação foi realizada na sexta-feira passada , no município de Uruçuca, pelo Ministério Público do Trabalho, com a participação de auditores-fiscais do Ministério do Trabalho e apoio da Polícia Federal.

O MPT já estuda as medidas judiciais que pode adotar. Além destes lavradores, foram resgatados seus familiares, que residiam na fazenda. A equipe chegou ao local no fim da manhã da sexta-feira para apurar denúncias.

O procurador do trabalho Ilan Fonseca disse que a equipe só conseguiu ir até uma das fazendas onde foi identificado um quadro de submissão de 10 trabalhadores à condição análoga à de escravos.

Eles trabalhavam por salários abaixo do patamar mínimo previsto na lei, vivendo e atuando em condições que ferem a dignidade humana, segundo o MPT.

Os lavradores relataram a precariedade das instalações e a total ausência de equipamentos de proteção para o desempenho das atividades de roçagem, plantio, colheita e organização da fazenda.

Um deles contou que, durante um ano e meio, viveu com a mulher e quatro filhas em uma casa sem banheiro nem água potável. Os fiscais constataram que todos tinham que improvisar o banho em uma pequena represa.

E que pegavam água para beber em uma cisterna suja.

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