Prefeito se arrepende e vai demitir
O prefeito de Itabuna, Fernando Gomes, vai demitir 513 servidores temporários contratados em diversas secretarias. A alegação é uma suposta queda de arrecadação, mas o número usado é o da fictícia previsão orçamentária.
Ela foi definida pelos vereadores em R$ 600 milhões para 2017, mas dificilmente chegará a R$ 450 milhões, como o resultado real do último ano do governo anterior. Mas serve de motivo para as demissões.
Gomes alega que quer "trabalhar de acordo com a arrecadação" e diz que na Educação 90% dos recursos do Fundeb são destinados ao pagamento de salários.
No governo como um todo 66% dos recursos orçamentários estão sendo comprometidos com salários, bem acima do limite constitucional de 54%. A folha começou a perder o controle na gestão passada do mesmo Gomes.
Ele deixou o governo com os gastos com pessoal estourados e cinco meses de salários atrasados. Foi sucedido por seu vice, José Azevedo, que piorou a situação, deixando o governo com a folha consumindo 90% dos recursos.
O prefeito passado, Claudevane Leite, conseguiu baixar o índice para aprocimadamente 62%. Hoje está em 64%, segundo a Prefeitura de Itabuna.
Em janeiro, contrariando recomendação do MP-BA, Fernando Gomes aprovou um projeto na Câmara de Vereadores criando dezenas de cargos CCE, com salários de R$ 11 mil, e CCE 2, com salário de R$ 10 mil.
Além disso, manteve na estrutura administrativa da Prefeitura o cargo de secretário, que tem salário de R$ 15 mil, e o CC1, que tem salário de R$ 4.500.