PF vai investigar propinas a Dirceu
A força-tarefa da Operação Lava Jato pediu ao juiz federal Sérgio Moro que a Polícia Federal investigue as novas revelações do empreiteiro Gerson de Melo Almada, ligado à Engevix.
A manifestação do Ministério Público Federal foi protocolada em 19 de dezembro. Em depoimento prestado em julho, com sigilo levantado em 1 de dezembro, Almada disse saber de uma suposta conta em Madri, administrada pelo lobista Milton Pascowitch.
Ela era abastecida por propinas de contratos da Petrobrás. Os beneficiários da conta seriam o ex-presidente Lula e o ex-ministro José Dirceu, condenado a mais de 40 anos de cadeia que continua livre graças a um habeas corpus..
O depoimento do empreiteiro foi anexado à denúncia do Ministério Público Federal sobre propinas de R$ 2,4 milhões das empreiteiras Engevix e UTC para Dirceu (quando na Casa Civil do Governo Lula).
O petista teria recebido os valores durante e depois do julgamento do Mensalão, ação penal em que Dirceu foi condenado a 7 anos e 11 meses. Gerson Almada declarou ter feito contratos ‘dissimulados’ com o fim de pagar vantagens indevidas a Dirceu.
Entre os ‘contratos dissimulados’ estava os com a empresa de comunicação Entrelinhas. O empreiteiro afirmou que ‘o objeto dos contratos, anexados aos autos, nunca foi prestado à Engevix e que, mediante o fornecimento das notas fiscais pela Entrelinhas, a empreiteira pagou de 2011 a 2012, o valor de R$ 900 mil’.