Naufrágio na Bahia foi negligência

A Marinha divulgou o relatório sobre o naufrágio da lancha Cavalo Marinho I, que afundou em setembro entre Salvador e Itaparica, deixando 19 mortos. Para o órgão, negligência e imprudência foram os principais fatores.

O inquérito, de 1.200 páginas, levou 5 meses e diz que o comandante foi imprudente por navegar em "condições meteorológicas adversas", seguindo viagem em meio a ondas de um metro de altura e não teve perícia ao passar por uma região de bancos de areia.

Já a dona, a empresa CL Transporte Marítimo, e o engenheiro responsável pelo barco foram negligentes. Segundo a Marinha, a lancha "não cumpria os critérios de estabilidade exigidos por lei" e teve problemas com placas de lastro.

A Marinha identificou placas de concreto colocadas de forma indevida dentro da embarcação, para servir de lastro. Isso é legal, mas somente se for apresentado um projeto junto à Marinha, o que não foi feito. As plascas foram colocadas após a inspeção anual.

Os lastros, que pesavam 400 quilos, não foram presos de forma adequada, se soltaram durante a travessia, passando para um doa lados, fazendo a lancha se inclinar e naufragar. Capitão, dono e engenheiro devem ser acionados como responsáveis.

O inquérito vai para o Tribunal Marítimo, no Rio de Janeiro. O tempo médio de julgamento vai de 1 a 2 anos. No entanto, os resultados das investigações já podem ser usados pelas autoridades criminais, como a Polícia Civil.

Entre as sanções previstas, no âmbito da Marinha para os responsáveis, estão o cancelamento da matrícula dos profissionais e de registros e multa. Na área criminal, prisão.

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