Geddel: "estou no vale dos leprosos"
O ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima declarou ter sido jogado em um "vale dos leprosos" por "amigos de longa data". Ele depôs à Justiça Federal em Brasília nesta terça-feira, em um dos processos que responde.
Neste, é acusado de ter tentado impedir a delação premiada de Lúcio Bolonha Funaro, apontado como operador do PMDB em esquemas de corrupção, junto ao Ministério Público Federal. Geddel chegou à 10ª Vara Federal do DF de roupas brancas, usadas na prisão da Papuda.
Ele estava acompanhado pelo advogado Gamil Föppel. O ex-ministro foi preso pela primeira vez em julho e solto após 10 dias. Depois, foi preso novamente em dezembro quando a PF descobriu malas e caixas com R$ 51 milhões em um apartamento na Graça, em Salvador.
Segundo investigações da PF, Geddel tentou atrapalhar o acordo de delação premiada de Lúcio Funaro. O ex-ministro é acusado de ter sondado, por telefone, a mulher de Funaro, Raquel Pita, para saber em que estágio estava a negociação.
Ele também teria pressionado para não permitir que passasse informações importantes que pudessem comprometê-lo. Já o irmão de Geddel, deputado federal Lúcio Vieira Lima e a mãe deles, dona Marluce, contestaram um pedido da PGR.
A procuradoria pediu ao ministro do STF, Edson Fachin, que os coloque em recolhimento domiciliar noturno e nos dias de folga, com monitoração eletrônica e fiança de 400 salários mínimos.
Lúcio pediu que as medidas fossem submetidas à apreciação da Câmara dos Deputados, caso aceito o pedido da PGR. As defesas afirmam que não existem pressupostos e requisitos legais que justifiquem as medidas cautelares.