Bahia quer dominar o chocolate
Uma audiência pública na Comissão de Desenvolvimento Regional do Senado debateu, na quarta, o Projeto de Lei Suplementar que prevê o aumento do porcentual mínimo de cacau, de 25% para 35%, nos produtos de chocolate.
O pesquisador da Ceplac Antônio Zugaib afirmou que, em 2016, o Brasil foi o terceiro maior produtor de chocolate do mundo (710 mil toneladas) e o terceiro maior consumidor (709 mil toneladas). Ainda assim, entre 2011 e 2016, o País aumentou em 80% a importação.
Outro participante foi o secretário de Desenvolvimento Rural da Bahia, Jerônimo Rodrigues, que disse que o estado quer mais do que vender amêndoa. Quer entrar no processo de produção do chocolate. Ele entende que o aumento no porcentual vai requerer maior produtividade.
"Essa obrigação com a produtividade vai gerar mais emprego e mais renda". Jerônimo diz que a cultura do chocolate no Brasil também tem que ser discutida, pois grande parte dos produtos vendidos como chocolate são compostos mais de gordura e açúcar.
Para ele, um dos diferenciais da produção baiana de cacau está no fato de 80% ser de pequenas propriedades. O titular da SDR também destacou o apelo ambiental, pois o cacau Cabruca mantém a vegetação na Mata Atlântica.
Informações do secretário mostram que 132 municípios na Bahia são produtores de cacau, envolvendo mais de 150 mil agricultores. Ele evitou falar da falta de crédito e de apoio à lavoura.