Clínica fraudava ações de glaucoma
A Operação Lanzarote, iniciada nesta terça em Guanambi, no sudoeste baiano, da Polícia Federal, investiga fraudes no Projeto Glaucoma. A operação cumpriu 5 mandados de busca e apreensão e um de prisão contra o sócio-administrador do Instituto Oftalmológico da Bahia (IOBA).
Além de Guanambi, mandados foram cumpridos em Brumado e nos municípios sergipanos de Aracaju e Itabaiana. Conforme a Polícia Federal, o Projeto Glaucoma, do governo federal, consiste no cadastramento e contratação de instituições de saúde para o tratamento oftalmológico de pacientes com glaucoma.
Elas ficam responsáveis por dar atendimento clínico e fornecer os colírios. Segundo a PF, o IOBS promovia grandes mutirões em locais improvisados, o que fez a clínica receber repasses do Ministério da Saúde em quantidade superior à sua capacidade física.
A PF também acusa a administração de exigir dos funcionários – médicos, enfermeiras e técnicos – que aumentassem o número de pacientes atendidos e escolhidos os colírios mais caros, da linha 3.
A clínica ainda é acusada de falsos diagnósticos de glaucoma e a prescrição de colírios a pacientes sem nenhuma necessidade de medicação. A prescrição era para uso por até 2 anos. De 2013 até maio de 2017, a clínica recebeu, conforme o Ministério da Saúde, R$ 9.418.632.
O nome da operação é uma referência à ilha aonde viveu o famoso escritor português José de Sousa Saramago, autor da obra Ensaio sobre a Cegueira.