Delegacia de Porto 'amontoa' presos

Segundo o Sindicato dos Policiais Civis da Bahia (Sindpoc), a 1° Delegacia Territorial de Porto Seguro, que possui duas celas com 6 metros quadrados e capacidade para dois detentos em cada uma, está mantendo 47.

O sindicato diz que os presos estão “amontoados” nas duas celas e um pequeno grupo separado nas salas de reconhecimento da delegacia, porque são suspeitos de estupro. Um ofício foi enviado ao delegado geral da Polícia Civil, Bernadino Brito.

"O Sindpoc solicitou a transferência de parte dos detidos em Porto Seguro para outras unidades," explica o vice-presidente da entidade, Eustácio Lopes. "A condição atual impõe riscos aos policiais e aos custodiados".

“Essa situação coloca tanto as vidas dos policiais que trabalham nas delegacias em risco como as dos próprios presos, que ficam na iminência de uma tragédia. É um atentado contra a dignidade da pessoa que atinge o servidor e o detento”.

Lopes acrescenta que o policial civil tem formação técnica para elucidar crimes, não custodiar presos. “Essa é uma função do agente penitenciário. Portanto, também configura-se como um quadro de desvio de função”.

O presidente do Sindpoc, Marcos Maurício, diz que desde 2010 o Sindicato combate a manutenção de presos nas carceragens da Polícia Civil, sendo essa uma responsabilidade da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária(SEAP).

“O governo, em retaliação, conseguiu decisões judiciais que proibiram o sindicato de organizar mais ações dessa natureza, sob pena de pagar multas muito caras”.

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