Iphan quer demolir obra em Cabrália
Um grupo de 200 índios da etnia pataxó, de Santa Cruz Cabrália, fez uma manifestação pacífica, na manhã desta quinta-feira, pelas ruas da aldeia de Coroa Vermelha, para protestar contra a decisão da Justiça de demolir um monumento.
Ponto turístico da cidade, ele representa a primeira missa do Brasil, realizada em 1500. Em fevereiro, a Justiça Federal de Eunápolis determinou que a prefeitura derrube o equipamento após um pedido do Dnit e do Iphan.
Os dois órgãos ignoram a importância histórica e turística da obra, e alegam que as esculturas foram construídas, sem licença ambiental, numa Área de Preservação Permanente.
O protesto contou com estudantes e comerciantes em defesa do monumento, formado por três conjuntos de esculturas, feitas com cimento e cerâmica, pela artista plástica Bernadete Varela, a pedido da prefeitura de Santa Cruz Cabrália.
A intenção em instalar o monumento foi fazer uma divisa entre a área indígena de Coroa Vermelha, em Santa Cruz Cabrália, e Porto Seguro. A comunidade indígena diz que ficou surpresa com a decisão judicial, pois nenhuma liderança da aldeia foi ouvida.
Comerciantes da região também ficaram surpresos e com medo de perder clientes, caso o monumento seja demolido. A Prefeitura de Santa Cruz Cabrália e o ex-prefeito Ubaldino Pinto, também condenado, recorrem.