Juri de Dapé deve durar três dias
Cerca de 20 anos depois, os quatro acusados pelo Ministério Público estadual de ter planejado o assassinato do radialista Ronaldo Santana, em Eunápolis, em 1997, sentaram-se no banco dos réus.
Depois de adiamentos sucessivos, o julgamento teve início nesta segunda-feira. São acusados como mandantes o ex-prefeito de Eunápolis, Paulo Dapé, e os então servidores comissionados Valdemir Batista de Oliveira (vereador), Antônio Oliveira Santos ("Toninho da Caixa") e Maria José Ferreira Souza, a "Maria Sindoiá".
O ex-policial militar Paulo Sérgio Mendes Lima foi julgado em 2002 e condenado. Na ocasião, ele apontou os acusados como contratantes. O advogado de Toninho da Caixa diz que "não existe prova" que ligue seu cliente ao crime, mas há um cheque de R$ 500.
Ronaldo Santana, que apresentava um programa na Rádio Jornal de Eunápolis, onde fazia duras críticas à gestão municipal, foi morto com quatro tiros na presença do filho Márcio Alan, então menor, quando saía para o trabalho na manhã dea 9 de outubro de 1997.
O assassinato comoveu a cidade e ganhou repercussão nacional. Na abertura da sessão do júri, foram dispensadas pelo juiz Otaviano Sobrinho 14 testemunhas. A previsão é que o júri, no fórum da cidade, dure três dias.