Prefeito expulsa camelôs da praça

“Estive no Ministério Público ontem e nada adiantou. Como vou fazer para alimentar meus filhos? A situação é de desespero, a gente não sabe para onde ir. A Prefeitura botou gente para despejar as barracas. Ô Deus...”

O desabafo desesperado foi de uma vendedora ambulante ao ser entrevistada enquanto via guinchos remover barracas da Praça Simão Fitterman, no bairro São Caetano, em Itabuna.

A dona de casa foi uma das cerca de três dezenas de pessoas despejadas em cumprimento a ordem judicial, a pedido do Ministério Público, em ação de 2016. Dois guinchos estavam posicionados desde cedo para retirar as barracas.

De nada adiantou aos camelôs constituir advogado para recorrer da decisão. A Justiça não respondeu à petição. O prazo dado pela Justiça para que os vendedores ambulantes retirassem seu comércio da praça era esta terça.

Os comerciantes montaram suas barracas e tentaram trabalhar normalmente, mas o desespero bateu quando um agente do prefeito de Itabuna, Fernando Gomes, mandou "botar as barracas abaixo". A escolta foi da Polícia Militar, que nada pode fazer.

O trânsito de veículos engarrafou no São Caetano enquanto a operação de guerra esteva em andamento. A ironia da situação é que a praça homenageia o ex-prefeito Simão Fitermann.

Em 1972, ele enfrentou a ira de barraqueiros quando acabou com a feira livre que existia na Praça José Bastos, ao lado da estação de trem, e obrigou os feirantes a ir para o condomínio Centro Comercial de Itabuna.

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