MPF pede nova condenação de Lula
O Ministério Público Federal (MPF) pediu nesta quinta-feira, 4, a condenação do ex-presidente Lula ao juiz Sergio Moro, no processo em que o petista responde pelo recebimento de propinas da Odebrecht por meio de um terreno para o Instituto Lula e um apartamento em São Bernardo do Campo.
Os procuradores da Força-Tarefa da Operação Lava Jato também pedem a condenação de Roberto Teixeira, advogado do petista, do ex-ministro Antonio Palocci, Marcelo Odebrecht, Branislav Kontic, ex-assessor de Palocci; Paulo Ricardo Baqueiro de Melo, ex-diretor da Odebrecht e Demerval Gusmão, da DAG Construtora.
O dono do apartamento alugado por Lula, o engenheiro Glaucos da Costamarques, também teve sua condenação solicitada pelo MPF. O pedido foi feito nas alegações finais apresentadas pelos procuradores. O MPF afirma que Lula seja condenado por Moro por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O MPF também pede que seja decretado o perdimento do apartamento 121, vizinho ao dúplex onde Lula mora em São Bernardo, e o pagamento de R$ 75 milhões, correspondente ao total da porcentagem da propina paga pelo Grupo Odebrecht, segundo as investigações.
Segundo os procuradores, Lula teria decidido sobre a montagem de um “esquema criminoso de desvio de recursos públicos destinados a enriquecer ilicitamente”.
Esse esquema, afirma a força-tarefa, estaria baseado na manutenção da governabilidade sobre “bases espúrias”, o fortalecimento do PT pela formação de uma reserva monetária ilícita para abastecimento de campanhas e pelo enriquecimento com valores oriundos de práticas criminosas.
“A figura que detinha a última palavra para as situações e as funções mais relevantes e estratégias, além do cargo de maior importância na República, era o então presidente Lula, vértice comum de todos esses esquemas criminosos”, afirma o MPF.
Segundo a força-tarefa, o petista atuou ao nomear e manter diretores da Petrobras como Nestor Cerveró, Paulo Roberto Costa e Renato Duque, que teriam sido colocados nos cargos para cobrança de propinas.