Sono ruim dificulta a aprendizagem e a saúde
- e a qualidade do sono é diretamente afetada pelo uso de eletrônicos. Em primeiro lugar, porque o simples fato de ligar o aparelho para brincar ou trocar mensagens faz com que a criança atrase sua hora de ir para cama e durma menos que o ideal.
Em segundo lugar, diz o estudo do King’s College, o conteúdo pode ser muito estimulante, mantendo o nível de atenção alto, o que vai atrasar o início do relaxamento natural do corpo para iniciar o período de sono profundo.
Em terceiro lugar, a forte luz emitida pelas telas gera um impacto no corpo, afetando o relógio biológico e a percepção do cérebro do que é noite ou dia. A “luz azul” já foi alvo de diversos estudos que constatam que ela inibe a secreção da melatonina, o hormônio que avisa que é hora de dormir.
O organismo também não ativa seu mecanismo natural que reduz a temperatura corporal. O normal é a temperatura do corpo cair durante a madrugada e voltar a subir perto de acordar. Isso, contudo, não ocorre se o cérebro recebe a mensagem que ainda estamos em estado de vigília.
Aprendendo menos
A falta de sono pode interferir no rendimento cognitivo porque o processamento de memória, que ocorre na segunda metade da noite, provavelmente não aconteceu de maneira satisfatória. “Em curto prazo, pode afetar a consolidação de informações recém-aprendidas”.
“Isso porque vai ter um sono mais superficial, mais fragmentado e não reparador", afirma Leonardo Goulart, especialista em doença do sono. “As atividades cerebrais que assimilam os conhecimentos adquiridos durante uma aula, por exemplo, ocorrem durante o sono profundo”.
“É nesse momento que o cérebro processa, revisa e armazena a memória”. No longo prazo há uma “bagunça de hormônios” que controlam, por exemplo, a saciedade. Se não produz a leptina, cuja liberação ocorre à noite, vai comer mais, podendo ficar obeso e diabético. Com dados da BBC.