Curso de Medicina da Uesc completa 20 anos
em alta com a credibilidade do ensino praticado nele. O curso de graduação em Medicina da Universidade Estadual de Santa Cruz foi o primeiro do interior da Bahia e resultado de uma luta incessante para sua instalação, com um modelo novo.
O curso usa hoje o Aprendizado Baseado em Problemas (Problem Based Learning – PBL) e é o terceiro do Brasil com esta metodologia ativa, primeiro da Bahia, servindo como polo formador neste sistema para as outras universidades.
Em 1996, a reitora Renée Albagli debateu com os médicos a concepção do Curso de Medicina e o perfil do profissional a ser formado. Ele defendia que o Sul da Bahia precisava de formatos curriculares que privilegiassem a formação geral do médico e os programas de saúde pública.
“Convém lembrar ser este o primeiro curso de medicina numa universidade pública no interior da Bahia. Essa vitória da comunidade regional é prova inconteste de que, quando a sociedade se une com determinação e vigor, torna-se possível a concretização de grandes projetos".
Projeto inovador
Para Renée, a Uesc construiu um projeto pedagógico inovador, "trabalhando um modelo assentado nos pressupostos da interdisciplinaridade e a aprendizagem como processo construtivo, visando um exercício profissional mais humanizado.”
Foi instituída uma Comissão Interna presidida pela vice-reitora Margarida Fahel, e integrada pelos docentes médicos, com consultoria da Universidade Estadual de Londrina. O relator do projeto junto ao Conselho Estadual de Saúde foi Maurício Barreto.
“É justo enfatizar que tal vitória não teria sido alcançada sem a participação efetiva do Governo do Estado da Bahia, relembrando os nomes do Governador César Borges e do Secretário de Educação, Eraldo Tinoco", lembra a ex-reitora.
A primeira turma de Medicina da Uesc, com 40 formandos, colou grau em 12 de janeiro de 2007, com a presença do então governador recém-empossado Jaques Wagner. O curso já formou mais de 500 médicos nestes 20 anos e smepre obtém boas notas nas avaliações do MEC.
Um depoimento
Entre os formados pela Uesc está Douglas Crispim, hoje assistente do Núcleo de Cuidados Paliativos do HC-FMUSP, em São Paulo, Fundador do Instituto Brasileiro de Comunicação em Saúde e presidente da Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP).
“Morava no interior de Minas, a família se ajeitou pra me levar e prestar a prova da Uesc. Eram mais de 100 alunos por vaga. Deu frio na barriga, mas valeu a pena. Meus professores tinham brilho nos olhos e amor à Medicina, mostram suas rotinas, suas vidas profissionais, estudavam junto".
"A Uesc tem um encanto por não separar os futuros médicos das outras profissões. E foi lindo aprender com os amigos do Direito e ao mesmo tempo Biólogos e profissionais da comunicação. Me lembro que a gente que era mais simples ia de carona, na ida e na volta, pra cidade".
"Me lembro do método que nos levou a sermos responsáveis também pelo nosso próprio ensino, ser adultos. Tudo isso me ajudou tanto, que minha gratidão será eterna. Ao chegar na residência, percebemos que a escolha foi correta, e tínhamos as competências necessárias".
"Hoje tem um pedacinho da Uesc em minha carreira, em meus títulos, em meu doutorado, em minha missão como professor, tentando ser um pouco como os meus foram. O legado vem das ações , mais que das intenções", completa.
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