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24.Julho.2021

Marco de Itabuna é danificado pela omissão oficial

peinel de genaro


e o descaso da população, além da ação dos camelôs no centro da cidade. É o painel de Genaro de Carvalho mostrando a colheita do cacau, pintado em 1953 na lateral do prédio mais antigo de Itabuna e o primeiro a ter um elevador.

O jornalista Paulo Lima lembra que no térreo funcionou, por muitos anos, o Banco Econômico e a entrada era ponto de discussão política, frequentado por figuras importantes da história local, como Gileno Amado. O mural ganhou elogios de quam visitava a cidade, incluindo estrangeiros.

Na década de 1960, os jornalistas Manoel Leal, fundador do jornal A Região, e Telmo Padilha recepcionaram em Itabuna o casal Jean Paul Sartre e Simone de Beauvoir, dois dos maiores filósofos do século 20. Eles elogiaram muito e se impressionaram com o painel de Genaro.

Para Sartre, "uma obra desta natureza merece ser exposta em qualquer museu do mundo, pois traduz todo o trabalho artesanal de uma cultura conhecida mundialmente através dos romances do grande escritor Jorge Amado". Longe dos museus, o painel precisa de atenção das autoridades.

Poucas providências

genaro Alguma coisa até foi feita. O escritor Cyro de Mattos, quando ocupou a presidência da Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania, mandou colocar uma grade para proteger o mural. porém ela não impediu a instalação de bancas de camelôs em sua frente e virou "armário" de entulho.

Hoje, o mural elogiado por Sartre é escondido pelos camelôs e convive com um monte de lixo deixado ao lado. Os azulejos também sofrem o desgaste de ser arranhados por painéis e produtos dos ambulantes. Paulo Lima pede que a Prefeitura faça algo para proteger este patrimônio de Itabuna.

O filho de Manoel Leal, Marcel, sugere a construção de uma área gramada e cercada, deixando uma passagem estreita para os pedestres próximo do meio-fio, de forma que seja impossível montar barracas em frente ao painel.

"Acrescente uma iluminação cênica e passamos a ter uma atração turística numa cidade carente delas", afirma o jornalista, que também defende o tombamento do painel como patrimônio cultural de Itabuna e sua divulgação nos canais oficiais da Prefeitura.


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1.Junho.2021

Nova estrada não duplica nem resolve o problema

nova estrada


do alto fluxo de veículos entre Itabuna e Ilhéus. A obra anunciada pelo estado não duplica a Rodovia Jorge Amado e cria um novo problema, gerando um congestionamento constante no Banco da Vitória, onde a nova estrada, que será de mão única na direção do litoral, termina.

O prefeito de Itabuna, Augusto Castro, que é da base do governador, disse que a nova rodovia "ligando os maiores municípios do sul da Bahia", "realiza esse sonho de várias décadas da população sulbaiana". Mas a nova estrada não liga as duas cidades, parando bem antes.

Também não é o "sonho de várias décadas". Este era a duplicação real da estrada, da saída de Itabuna até a chegada em Ilhéus. O projeto também previa uma ligação da BR-101 até o começo da nova pista, além de saídas essenciais para o futuro Porto Sul e o litoral sul.

Não tem o essencial

Na altura do Banco da Vitória, onde a estrada estadual vai terminar, o projeto previa uma pista ligando diretamente à zona norte, outra à zona sul, desafogando o tráfego, principalmente no verão, quando milhares de carros têm que entrar na cidade para seguir até as praias.

A estrada estadual não tem nada disso. Ela aproveita uma estrada de terra que já existe entre os dois pontos. Não prevê ligação alguma ao Porto Sul, como no projeto original, tornando-a uma obra inútil para o sul da Bahia se o Governo Federal não intervir e construir o restante do original.

A nova estrada, além de não resolver o problema, custará R$ 40 milhóes a mais que a do projeto original, um mistério que deveria ser investigado pelo Ministério Público. Ao fazer uma meia obra com dinheiro estadual, o governo baiano evita ser fiscalizado pelo TCU.

Mentiras oficiais

O anúncio da obra está cheio de mentiras. "A rodovia vai ser importante para o desenvolvimento econômico do Litoral Sul baiano, porque facilitará a ligação da região com o Oeste, Meio Oeste e Extremo Sul do estado". A nova estrada não tem ligação sequer com a BR-101.

"Em Ilhéus, o escoamento da produção de grãos em direção ao Porto de Malhado será beneficiado com a implantação da via". As carretas de grãos vêm pela estrada de Uruçuca. Se mudarem para a nova estadual, vão congestionar o Banco da Vitória. E não existe ligação com a BR-101.

O estado diz que a estrada vai facilitar "o transporte de produtos agrícolas e do minério da região de Brumado em direção ao Porto Sul, que será construído em breve". Esta é a maior mentira, já que todo o transporte será feito pela Ferrovia de Integração Oeste/Leste.

Por fim, o anúncio do estado diz que a estrada "vai proporcionar melhoria no deslocamento entre as duas cidades", algo improvável, devido ao gargalo que será formado em Banco da Vitória. Outra falácia é a de que facilita o acesso às praias, como apontou o Jornal das Sete, da rádio Morena FM.

Todos os motoristas terão que entrar em Ilhéus do mesmo jeito que fazem hoje, além de enfrentar o afunilamento no Banco da Vitória. Sem ligar as duas cidade, sem ligação com a BR-101, nem saídas para as zonas norte e sul do litoral, a nova estrada é uma obra cara e inútil.


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