Rui Costa promete, de novo, duplicar a BR-415
depois de cometer o "estelionato eleitoral" de ir a Itabuna assinar a "ordem de serviço" (foto). O governador, desta vez, afirma que vai fazer com dinheiro do próprio estado, apesar de alegar, várias vezes, que a Bahia está "quebrada" e negar aumento ao funcionalismo.
No final de 2017, por coincidência também um ano pré-eleitoral, ele montou um showmício para assinar, oficialmente, a "ordem de serviço" e anunciar que as obras começariam "em 60 dias". Antes disso, ele já tinha anunciado o "início iminente" da duplicação. Nos anos seguintes, repetiu o mesmo anúncio.
Desta vez, Rui diz que fará a obra com recursos do estado, mas não revelou se inclui as alças de ligação com a BR-101 no lado de Itabuna, e com as zonas norte e sul de Ilhéus, sem as quais o projeto não resolverá o problema de fluxo de veículos, afunilando o tréfego na chegada às duas cidades.
Estrada paralela
Rui alega que pode tocar a obra sem licença do Governo Federal porque "não vai mexer" na rodovia e sim fazer uma outra, paralela, na margem oposta do Rio Cachoeira, mas não explicou como fará a ligação entre as duas sem interferir na BR-415. Estavam previstas ligações na altura da Ceplac, da Uesc e do Banco da Vitória.
O secretário de Infraestrutura, Marcus Cavalcanti, diz que as pontes estão autorizadas. Porém, nenhum dos dois se referiu às necessárias licenças ambientais, federal e estadual, que ainda não tinham sido expedidas até um mês atrás.
Segundo Costa, o Governo da Bahia e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) já iniciaram o processo de desapropriações dos imóveis na área que será usada para a duplicação da BR-415 entre Itabuna e Ilhéus.
Preço superfaturado
Uma dúvida que não foi sanada na coletiva é por que o Dnit está envolvido no processo de desapropriação se a área da nova estrada não é federal, condição que "libera" o estado para tocar a obra. Cavalcanti afirmou que "as aferições de áreas e benfeitorias começaram há cerca de 10 dias".
De acordo com o secretário de Infraestrutura, o projeto foi orçado em R$ 150 milhões, R$ 45 milhões (30%) mais caro do que o original, que já era considerado superfaturado pelo Tribunal de Contas da União. Técnicos do TCU apontaram várias irregularidades que inflavam os preços da obra.
A nova promessa do governador, a sexta envolvendo o início da obra, diz que ela começa "em no máximo 90 dias", considerando 60 dias depois do lançamento do edital, que deve ser publicado em 30 dias. Se desta vez Rui Costa estiver dizendo a verdade, a obra deve começar em no início de agosto.
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