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23.Outubro.2021

Marcada para morrer, Ceplac vive morte indigna

ceplac


de um órgão que já foi rico e importante, cuja sede recebia autoridades e pesquisadores do mundo inteiro e era respeitado no exterior. Hoje, esta mesma sede está com mato alto, corredores cheios de cocô de animais, banheiros sem condições de uso.

agua O mato alto toma conta dos prédios da Ceplac e os funcionários não têm sequer internet. Quando querem buscar informações online, precisam usar os próprios celulares. Todos os computadores e equipamentos estão defasados e a manutenção é quase nula.

Os banheiros não têm água, dependendo do fornecimento por um pequeno carro pipa, que despeja num reservatório largado na entrada dos blocos de escritório, de onde é levada para os banheiros por uma improvisão de mangueiras. A frota de carros está virando sucata.

As áreas de produção interna da Ceplac foram abandonadas. O cacau está apodrecendo nos pés porque não é colhido e as plantas vão se degenerando sem poda nem os cuidados básicos. Operários de campo, cuja especialidade é cuidar das roças, estão sendo usados como faxineiros.

banho de balde O pessoal que trabalha com o trabalho braçal, depois de um dia estenuante sob o sol, é obrigado a tomar banho de balde, pegando da caixa d'água improvisada para o banheiro. Sem água para lavar as mãos, a prevenção contra o coronavirus também passou longe da Ceplac.

 

 

Comando longe da sede

O comando da Ceplac fica em Brasília. Chefe do departmento, Waldeck Pinto de Araujo Junior, um analista de orçamento oriundo do Ministério da Economia, só esteve em Ilhéus duas vezes desde que assumiu a direção, em novembro de 2019 e em novembro de 2020.

O superintendente da Ceplac no sul da Bahia é Waldo Luis Coutinho Britto, um auditor fiscal de carreira no Mapa. Antigamente o superintendente trabalhava na Ceplac local, mas Waldo só esteve na sede duas vezes, em março e em dezembro de 2020. A resposta para "onde está Waldo" é Brasília.

Lucimara Chiari tem ótimo curriculo acadêmico, mas é uma pesquisadora de gado de corte da Embrapa chefiando hoje as pesquisas de cacau no Cepec. Nos bastidores os servidores brincam que ela não sabe diferenciar um mamão de um cacau.

Quem acaba dando as ordens é o Chefe de Divisão José Marques Pereira e seu auxiliar, Alberti Magalhães. A Ceplac, construída com o dinheiro dos produtores, foi transferida de órgão autônomo para um setor do Ministério da Agricultura por Delfin Neto. Foi o início dos problemas.

Um histórico político

A última época em que recebeu alguma atenção do Governo Federal foi com Fernando Henrique Cardoso, único presidente a visitar o sul da Bahia enquanto estava no cargo. Na visita, lançou a promoção de todos os agrônomos e técnicos a fiscal federal, duplicando seus salários. fhc

FHC tinha planos para reforçar a Ceplac, principalmente na área de pesquisa, que impressionou o presidente. Não foi à toa. A Ceplac tinha um dos melhores laboratórios de fitopatologia do mundo e um dos maiores acervos de entomologia.

Fernando Henrique não fez mais porque Lula ganhou a eleição e se dedicou a esvaziar o órgão desde o início de sua primeira gestão. Levou quase um ano para efetivar a promoção assinada por FHC e passou a cortar o orçamento do órgão todos os anos.

Lula, Dilma e Temer não abriram nenhum concurso para repor os servidores que iam se aposentando, a maioria deles. Quando Jair Bolsonaro assumiu, o processo de mortre da Ceplac já era irreversível, com um custo alto demais para restaurar sua capacidade.

A decisão, do governo Lula, de extinguir o órgão por inanição e falta de servidores foi a "pá de cal". Sem concurso nem expectativas, o órgão viu seus melhores funcionários se aposentar ou sair par a iniciativa privada. Sem orçamento, vai morrendo aos poucos.

Os Escritórios Locais foram fechados. Servidores qualificados são perseguidos e maltratados por chefes sem preparo, pressionados a se demitir ou se curvar às ordens indignas para os cargos. Quem deveria comandar de perto mora em Brasília. Melhor extinguir de vez.


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1.Junho.2021

Nova estrada não duplica nem resolve o problema

nova estrada


do alto fluxo de veículos entre Itabuna e Ilhéus. A obra anunciada pelo estado não duplica a Rodovia Jorge Amado e cria um novo problema, gerando um congestionamento constante no Banco da Vitória, onde a nova estrada, que será de mão única na direção do litoral, termina.

O prefeito de Itabuna, Augusto Castro, que é da base do governador, disse que a nova rodovia "ligando os maiores municípios do sul da Bahia", "realiza esse sonho de várias décadas da população sulbaiana". Mas a nova estrada não liga as duas cidades, parando bem antes.

Também não é o "sonho de várias décadas". Este era a duplicação real da estrada, da saída de Itabuna até a chegada em Ilhéus. O projeto também previa uma ligação da BR-101 até o começo da nova pista, além de saídas essenciais para o futuro Porto Sul e o litoral sul.

Não tem o essencial

Na altura do Banco da Vitória, onde a estrada estadual vai terminar, o projeto previa uma pista ligando diretamente à zona norte, outra à zona sul, desafogando o tráfego, principalmente no verão, quando milhares de carros têm que entrar na cidade para seguir até as praias.

A estrada estadual não tem nada disso. Ela aproveita uma estrada de terra que já existe entre os dois pontos. Não prevê ligação alguma ao Porto Sul, como no projeto original, tornando-a uma obra inútil para o sul da Bahia se o Governo Federal não intervir e construir o restante do original.

A nova estrada, além de não resolver o problema, custará R$ 40 milhóes a mais que a do projeto original, um mistério que deveria ser investigado pelo Ministério Público. Ao fazer uma meia obra com dinheiro estadual, o governo baiano evita ser fiscalizado pelo TCU.

Mentiras oficiais

O anúncio da obra está cheio de mentiras. "A rodovia vai ser importante para o desenvolvimento econômico do Litoral Sul baiano, porque facilitará a ligação da região com o Oeste, Meio Oeste e Extremo Sul do estado". A nova estrada não tem ligação sequer com a BR-101.

"Em Ilhéus, o escoamento da produção de grãos em direção ao Porto de Malhado será beneficiado com a implantação da via". As carretas de grãos vêm pela estrada de Uruçuca. Se mudarem para a nova estadual, vão congestionar o Banco da Vitória. E não existe ligação com a BR-101.

O estado diz que a estrada vai facilitar "o transporte de produtos agrícolas e do minério da região de Brumado em direção ao Porto Sul, que será construído em breve". Esta é a maior mentira, já que todo o transporte será feito pela Ferrovia de Integração Oeste/Leste.

Por fim, o anúncio do estado diz que a estrada "vai proporcionar melhoria no deslocamento entre as duas cidades", algo improvável, devido ao gargalo que será formado em Banco da Vitória. Outra falácia é a de que facilita o acesso às praias, como apontou o Jornal das Sete, da rádio Morena FM.

Todos os motoristas terão que entrar em Ilhéus do mesmo jeito que fazem hoje, além de enfrentar o afunilamento no Banco da Vitória. Sem ligar as duas cidade, sem ligação com a BR-101, nem saídas para as zonas norte e sul do litoral, a nova estrada é uma obra cara e inútil.


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