Aéreas punem os passageiros de Ilhéus

Não é só a interminável reforma do Aeroporto Jorge Amado que prejudica os passageiros de Ilhéus, Itabuna e região. A obra se arrasta desde 2020, quando deveria ter sido entregue em seis meses. Até hoje não existe estacionamento e o saguão não comporta a quantidade de pessoas viajando.

Mas a maior fonte de irritação é a política de preços adotada pelas principais companhias aéreas, que parecem punir seus clientes do sul da Bahia com preços considerados insanos, totalmente fora do normal e com uma grande discrepância para os que elas praticam em outros aeroportos.

O Jornal das Sete fez um levantamento do preço das passagens, para uma ida no dia 22 e volta no dia 23 de julho, com base em dois aeroportos próximos, o de Ilhéus e o de Porto Seguro, que fica a 300 km de distância. Para voar até Salvador, a Azul cobra R$ 1.940 pela ida saindo de Ilhéus, mas apenas R$ 667 de Porto Seguro.

A volta custa R$ 2.089 entre Salvador e Ilhéus e R$ 676 se for para Porto Seguro, 300km mais distante. A Gol não fica atrás, cobrando R$ 1.897 até a capital para os passageiros do aeroporto ilheense, mas somente R$ 708 se ele sair de Porto Seguro. A volta custa R$ 1.896 para Ilhéus e R$ 797 para Porto. Na Latam, Ilhéus paga sempre mil a mais.

A situação não é nova e já foi denunciada pela Morena FM e pelo Jornal A Região diversas vezes nos últimos dez anos. As Prefeituras e Câmaras de Ilhéus e Itabuna nunca tomaram qualquer inciativa para cobrar das empresas aéras uma explicação razoável para a punição a Ilhéus. O Ministério Público e os políticos do sul da Bahia também não.

Havia abuso nos preços quando o Aeroporto Jorge Amado pertencia à Infraero e continua havendo depois que ele foi passado para a Socicam, empresa que não responde a questionamentos apesar de ser uma concessionária de serviço público. O Estado também não se interessa em cobrar preços menores, mesmo dando incentivos fiscais.

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