Crime está 'sem controle' na Bahia

No primeiro semestre de 2023, as polícias da Bahia prenderam 9.019 criminosos, 50 por dia, segundo a Secretaria da Segurança Pública. Mesmo assim, em números absolutos foram contabilizados 2.523 casos de mortes violentas no estado - homicídio, latrocínio e lesão dolosa seguida de morte.

A esses casos do ciclo de violência extrema, se somam acontecimentos como a chacina que matou 9 pessoas em Mata de São João, na Região Metropolitana de Salvador, e o assassinato da líder quilombola mãe Bernadete, morta dentro do quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, sob "proteção" do estado.

Na opinião do especialista em segurança pública Elias Miller, os criminosos precisam estabelecer território, o que explica a predominância de facções de drogas e armas além dos grandes centros. “Quanto mais existir desigualdade social e ineficiência no aparelho de justiça, maior será a violência".

"O crime organizado virou uma empresa, um negócio transnacional”, explica. Aliado a isso, o analista ressalta que ainda existe a ausência do poder público. “Um governo que não adota políticas públicas preventivas e repressivas favorece e alimenta o mercado do crime".

O professor e escritor Leonardo Castro vai além. Ele diz que, até o instante em que a droga era tratada como um problema de saúde pública, não se tinha o que se tem hoje. “Não havia essas organizações criminosas dedicadas única e exclusivamente à traficância, que é a grande moeda do mundo crime, a droga".

"A partir do momento em que virou um problema de segurança pública, os criminosos passaram a se organizar melhor, passaram a tratar a traficância como um verdadeiro negócio”, revela. A Bahia tem os quatro municípios mais violentos do país: Jequié, Santo Antônio de Jesus, Simões Filho e Camaçari.

Além disso é o estado com mais homicídios, um número absurdo que fica 2.200 acima do segundo colocado, segundo dados da 17ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. As estatísticas apontam também que as polícias mataram 1.464 pessoas em intervenções e é as que mais matam no país. Com Brasil 61

17:26  |  


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sao pedro