Ação busca reparar danos da vacina

As arbitrariedades cometidas por governadores e prefeitos durante a pandemia não foram os únicos problemas enfrentados pela população. Até quem tentou colaborar foi prejudicado. É o caso de Kleiton Luis, estudante de farmácia da Universidade Federal da Bahia.

Apesar de diabético tipo 1, ele se preocupava com o número de mortos por Covid-19 sem nenhuma vacina aprovada pela Anvisa até aquele momento, em 2020. "Resolvi me tornar voluntário de testes da vacina e, aos 20 anos, me ofereci como voluntário para testar a vacina Oxford - Astrazeneca".

Ele conta que avisou o Hospital São Rafael e a Rede D'or, responsáveis pela pesquisa na Bahia, que nunca fumou, usou drogas ou consumiu bebida alcoólica. "Minha vida se resumia em estudar, pesquisar e ir a academia, o único medicamento que fazia uso na época era a insulina".

Kleiton tomou a primeira dose da vacina em outubro de 2020 e passou mal. Tomou a segunda dose em novembro, dias após a segunda dose, e teve paralisação do corpo e convulsões. "Fiquei sem fala, minha família me levou no Hospital Jorge Valente, em Salvador, fiquei em coma durante um mês e meio".

A equipe médica não conseguia descobrir o que ele tinha e muitos diagnósticos eram analisados e descartados. Durante esse mês e meio emq ue ele ficou em coma, a família lutou para saber se Kleiton tinha tomado a vacina ou placebo durante o ensaio clínico. "Mas o hospital e a Rede D'Or se negavam a informar".

Quando não havia mais nada para investigar como causa dos problemas, a equipe médica do Hospital Jorge Valente solicitou formalmente à Oxford a informação, com urgência e quebra do sigilo da pesquisa. "Somente nesse momento, após essa luta, ficou comprovado que eu realmente tomei as duas doses da vacina".

Kleiton diz que seus direitos como voluntário foram negados, com a falta de assistência e descaso com a situação crítica em que ele estava. "Se não fosse a minha família que lutou e o plano de saúde que eu pagava, eu estaria morto e não teria essa oportunidade de contar minha história para vocês".

"Esse processo me deixou com uma sequela no cérebro. Tive uma encefalite e até hoje não descobriram a causa", conta. A encefalite, de diagnóstico não definido, limita a consciência e a comunicação de Kleiton, que é obrigado a tomar Levetiracetam (um anticonvulsivante) a cada 12 horas, todo dia, desde 2020.

Kleiton acionou a Justiça e se surpreendeu quando a Oxford, Astrazeneca, Rede D’or e Hospital São Rafael negaram sua responsabilidade. Agora ele quer seguir com o processo (8009104-10.2021.8.05.0039) para que sejam punidos pelos danos, as semanas no hospital, a recuperação difícil e lenta dos movimentos.

"Tenho que aprender a andar novamente, recuperar minha memória, porque, ao sair da sedação, minha memória completa foi perdida. Eu não sabia onde estava, quanto tempo se passou, não sabia o nome das pessoas que eu mais conhecia ao longo da minha vida, não sabia identificar os objetos de casa, da faculdade".

"Infelizmente, fiz um exame do cérebro, depois desses dois anos do hospital, acreditando que meu cérebro estaria melhor, mas minha neurologista foi incisiva em me informar que eu vou continuar tomando a mesma dose, o mesmo anticonvulsivante a cada 12h, porque meu cérebro continua inflamado".

Kleiton conta que a Astrazeneca foi a seu instagram, tirou prints das fotos e adicionaram ao processo afirmando quie “em suas redes sociais, o Autor do processo se mostra saudável e bem, já fazendo viagens e aproveitando tempo com a família”. Ele se revolta com a insinuação.

"Será que devo postar me sentindo depressivo, postar uma foto no chão e chorando, gravar um vídeo tomando o anticonvulsivante ou até mesmo gravar um vídeo tendo uma convulsão no meio da rua, em casa ou a caminho da faculdade ou durante uma caminhada dos exercícios para provar que eu não estou bem?"

Kleiton ressalta que acredita na eficácia da vacina, nos estudos e nas pesquisas. "Esse foi um dos motivos da minha família não ter exposto o meu caso na mídia antes. Ressalto novamente, não sou antivacina, mas é inegável que tive problemas após a vacina, ficando claro com essas sequelas no cérebro".

18:09  |  


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sao pedro