CPB promove esporte paralímpico aberto

O Dia Nacional do Atleta Paralímpico foi celebrado nesta sexta-feira (22). Numa referência à data, e também ao Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, comemorado na quinta-feira (21), 118 núcleos em todo o país recebem, neste sábado, a segunda edição do Festival Paralímpico em 2023.

O evento, organizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), promove a experimentação de modalidades paralímpicas para jovens com ou sem deficiência, entre oito e 17 anos. As atividades começam às 8h30 e seguem até 12h. As inscrições são gratuitas.

Em cada núcleo, até 20% das vagas serão para quem não tem deficiência. Os locais terão vivências de quatro modalidades, com equipamentos do dia a dia, que permitem simular as atividades. No Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, haverá atletismo, badminton, tênis de mesa e vôlei sentado.

"A realidade de muitas crianças é que elas chegam na sua escola regular e são afastadas da prática esportiva. A essência é provocar essa criança a fazer atividades físicas e mostrar ao professor, ao município e a ela mesma que é possível", explica o diretor de Desenvolvimento Esportivo do CPB, Ramon Pereira.

"A justificativa de muitos professores é que não podem desenvolver a prática esportiva com nossas crianças porque não há material adaptado. Por exemplo, a venda usada por atletas que praticam modalidades para deficientes visuais pode ser uma fita no olho".

"A bola para goalball, futsal para cegos usando uma bola com guizo, pode ser uma esfera envolvida em um saco plástico. Queremos mostrar a esse professor que ele pode fazer práticas inclusivas em suas aulas com esse tipo de material", enfatizou o dirigente.

O festival é realizado desde 2018, quando foram reunidos 7 mil jovens em 48 locais. Pela primeira vez, a iniciativa ocorrerá duas vezes no mesmo ano. Em maio, envolveram quase 22 mil crianças e adolescentes em 119 núcleos. Agora, a expectativa é ter 18 mil participantes neste sábado.

Entre os jovens que participaram do festival em anos anteriores, alguns se animaram com a prática esportiva e, atualmente, integram seleções brasileiras paralímpicas de base. É o caso de Alessandra Oliveira, 15 anos, que tem amputação parcial de membros superiores e inferiores por conta de uma vasculite.

Ela está na classe S4 (atletas com limitações físico-motoras) da natação. Em setembro, atingiu índice para representar o país nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago, no Chile."Quando falamos no festival, não nos fixamos somente na identificação de talentos".

"Pretendemos fazer com que essa criança tenha autoconfiança e saiba que pode fazer sua prática com outras crianças. Certamente, quando voltar à escola, ela terá mais voz para brigar pelo seu espaço, o que terá um reflexo em seu futuro", afirmou Ramon Pereira.

E isso não envolve somente a criança. “Quando a mãe ou o pai percebem que essa criança consegue brincar com as outras, isso muda toda uma realidade que temos hoje, esse rótulo de coitado. Temos que desconstruir essa imagem", finalizou.

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sao pedro