Moro alerta para liberação da corrupção

Com mandato ameaçado pela Justiça Eleitoral, o ex-juiz da Operação Lava Jato e senador Sérgio Moro (União-PR) apontou erros técnicos na decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), que anulou provas de crimes obtidas em acordo de leniência com a Odebrecht.

Em entrevista na Folha de S. Paulo, Moro alertou que o Brasil segue um rumo perigoso, com riscos para a autonomia do Ministério Público e de magistrados, em "um movimento de ameaças de sanção que desmantela o combate à corrupção no país, sob clima de revanchismo de Lula (PT), de reescrever a história".

Sobre a anulação de provas por Toffoli, Moro ressalta que o ministro falhou ao se basear em informação falsa de que haveria adulteração nas provas, pela ausência de cooperação jurídica internacional, já confirmada como existente pelo Ministério da Justiça, após a decisão.

Ele defende a análise de cada caso concreto junto aos 77 acordos de delação premiada homologados com os executivos da empreiteira. Ao defender a Lava Jato, por meio da qual levou Lula a prisão, Moro destacou que a Petrobras recuperou R$ 6 bilhões por conta da operação que comprovou o roubo na estatal.

“Não vão conseguir reescrever a história porque os fatos são inegáveis”, concluiu o juiz cujas decisões foram consideradas parciais pelo Supremo Tribunal Federal (STF), quando a cúpula do Judiciário anulou condenações do petista por crimes ligados à corrupção alvo da operação.

Segundo o STF, Moro "adivinhou" que, dois anos mais tarde, o então deputado Bolsonaro se tornaria presidente e ele seria chamado para ser ministro. Por isso teria sido "parcial" ao julgar Lula. Já Moro criticou a onda de investigações contra procuradores, magistrados e policiais que fizeram parte da operação.

"Foi um esforço histórico contra a corrupção. Este é um passo perigoso para enfraquecer a democracia". O senador exemplificou o que chama de cenário de retaliação do governo Lula, citando a alteração da Lei das Estatais, no começo do ano, que liberou a indicação de aliados políticos para cargos de comando.

Com isos, as empresas públicas voltaram a ser aparelhadas, como a indicação do petista Aloizio Mercadante para presidir o BNDES. “As ações do governo Lula são direcionadas neste sentido: punir quem se levantou não contra o PT, mas contra a corrupção, e criar condições para que nunca mais o PT possa ser investigado".

"Hoje há um desmantelamento do combate à corrupção e dos mecanismos preventivos, como o relaxamento da Lei das Estatais que permitiu a volta do loteamento político partidário sem limites dos cargos nas estatais”, condenou Moro. Com Diário do Poder

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