"O PT não quer nenhuma reforma agrária"

Com 30 anos de experiência em estudo, pesquisa e investigações sobre invasões de terras, o procurador de Justiça pelo Rio Grande do Sul, Rodinei Candeia, está convencido de que não há interesse por parte do governo petista em promover a reforma agrária no Brasil. Ele falou com exclusividade ao Diário do Poder.

Candeia vê relação criminosa entre MST, Incra e PT, com intuito de usar invasores para garantir a posse de propriedades rurais para políticos e celebridades. Ele lembrou da violência da facção, como o caso de Gilmar, de 78 anos, do DF, que fez denuncia contra o MST e a deputada Erika Kokay, sendo morto a pauladas uma semana depois.

O procurador conta que, durante a instrução da CPI da Funai e do Incra, "constatamos que havia um grande sistema circular que retroalimentava o de corrupção. Eram preparados grupos para promover as invasões, esses grupos entravam na área e em seguida o Incra acobertava. As pessoas que invadiam não eram as que recebiam os lotes".

Os lotes eram titulados para outras pessoas, as vezes políticos e até celebridades locais. "Essas pessoas recebiam esses créditos, dos quais uma parte ia para o gerente do banco, outra para funcionários do Incra, e somente uma pequena parte para quem emprestava o nome".

"Se transformou em um gigantesco sistema de corrupção e desvios de recursos, patrocínios de campanhas políticas e assim por diante", afirma. "As pessoas que ficam nos assentamentos acabam ficando inviabilizadas porque, de fato, não recebiam os benefícios e não tinham como explorar".

"Talvez por isso havia desmatamento e a venda da madeira. Elas acabavam abandonando ou vendendo os lotes, que eram redistribuídos pelo Incra para novos laranjas, para prática de novas fraudes. É um sistema que se retroalimenta e isso explica por que não há titulação dessas áreas, eles não têm a pretensão disso".

Candeia diz que a finalidade é promover uma estatização de toda a propriedade brasileira. "Para se ter uma ideia, com esse sistema, o Estado do Pará já estatizou 70% do seu território". Ele não acredita que o atual governo vá continuar a regularização fundiária promovida por Bolsonaro, que entregou mais de 400 mil títulos de terra.

"Nas CPIs verificamos que os Governos do PT não tinham qualquer interesse em dar título de propriedade aos assentados. Em alguns lugares há mais de 30 anos as pessoas aguardavam. Concluímos que para acabar com parte da corrupção e a indústria das invasões era absolutamente necessário dar os títulos de propriedade para as famílias".

Conforme os dados dos títulos da reforma agrária, no governo de FHC foram 23.110 títulos, nos dois governos Lula foram 99.048 títulos, no governo Dilma foram 166.627 títulos, no governo Temer 208.563 e no governo Bolsonaro, até agosto de 2022 tinham sido emitidos 404.993 títulos para os assentados. Com Diário do Poder

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sao pedro