Amoedo deixa Itabuna, Ricardo explica

O empresário Leonardo Amoedo anunciou, nesta segunda-feira, que está fora do projeto de transformação do departamento de futebol do Itabuna Esporte Clube em uma empresa, a Sociedade Anônima de Futebol, conhecida pela sigla SAF. Menos de 24 horas depois, o técnico Sérgio Passos também se desligou do time.

Segundo Amoedo, as negociações para a criação da sociedade esbarraram na falta de consenso entre as partes. “É com pesar que compartilho a notícia de que, devido a divergências irreconciliáveis no modelo de gestão da SAF e composição dos investimentos futuros da mesma, tomei a decisão de me retirar do projeto", disse em nota.

O diretor de futebol, Ricardo Xavier, esteve na manhã desta terça no programa Conexão Morena, da Morena FM, onde revelou, em primeira mão, as razões do conflito. Ele afirmou ao host Oziel Aragão que a empresa queria transformar o aporte de R$ 1 milhão em mais de 50% das cotas, na prática comprando o clube.

"Isso não está nos planos do Itabuna. Nossa SAF não é como a do Bahia, do Vasco, um modelo de compra, onde foi feito um aporte de compra. O nosso projeto é de uma parceria, com o Itabuna se mantendo dono do clube e o investidor, pelo aporte feito, com uma parte de aproximadamente 30%".

Em 2023, todas as decisões foram tomadas pela SAF, seja de investimentos, seja de jogadores. "A administração foi, na prática, da SAF, o que gerou um investimento de R$ 1 milhão neste ano." Ricardo observa que o plantel quase inteiro que ele contratou foi aproveitado pela SAF.

"Terminado o campeonato, Leo decidiu manter o técnico Sérgio e Gil, já para o planejamento de 2024, quevinha sendo feito. Pra surpresa nossa, há 35 dias, fomos convidados para uma reunião, onde fomos informados que havia a necessidade de integralização do aporte de R$ 1 milhão, o que elevaria a parte de 26% para 40%".

Ricardo diz que avisou que a proposta teria que passar pelo Conselho Deliberativo e Fiscal e Assembleia Geral. É exigência do estatuto. A reunião desta terça seria para discutir exatamente isso. "Mas o problema é que, além desse, os aportes futuros também seriam integralizados. Ou seja, a SAF passaria a modelo de compra sem comprar".

Ele lembra que a do Itabuna é diferente da SAF do Fluminense de Feira, onde uma empresa comprou 90% da SAF por R$ 5 milhões. "No nosso caso, na criação da SAF definimos que 70% seriam do clube e até 30% do investidor. Na maneira como foi proposto, a SAF viraria majoritária, dona do clube".

Ricardo ressalta que em nenhum momento rejeitou a proposta, apenas afirmou que ela teria que ser debatida pelos associados. "Na prática, passaríamos o clube adiante por menos de R$ 3 milhões. A proposta de compra do Fluminense, por exemplo, foi de R$ 5 milhões com investimento de R$ 1 milhão por ano. É outro modelo".

O suporte financeiro dado pelo empresário ajudou o Itabuna a voltar para a primeira divisão do Campeonato Baiano, após a conquista do título da Série B do estadual, no ano passado. Também foi importante para o Dragão do Sul chegar à semifinal do Baianão 2023. O assunto seria debatido na reunião já marcada para esta terça há 10 dias.

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sao pedro