Bahia precisa fazer "lição de casa"

Entre 1º de setembro a 2 de outubro, foram registradas pelo menos 71 mortes em confrontos envolvendo a polícia da Bahia e facções criminosas, sendo 68 delas de suspeitos de envolvimentos com crimes, uma de um policial federal, o agente Lucas Caribé, e duas de policiais militares, segundo o governo.

Para o especialista em segurança pública e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública Cássio Thyone, esses números refletem o aumento de registros de ondas de violência que vêm ocorrendo nas últimas semanas no estado. “O estado da Bahia não tem feito a lição de casa".

"Falha no que diz respeito a tratar a segurança pública com a prioridade e com as ações assertivas que a gente espera que o estado faça. Os índices de criminalidade na Bahia estão realmente ruins e são vários índices, não só de crimes letais, como homicídios. Tem a questão da letalidade da polícia também, feminicídio e outros", destaca.

Na avaliação do Presidente da Comissão de Segurança Pública da OAB/MG e advogado criminalista Berlinque Cantelmo, além da disputa territorial por facções criminosas, a violência no estado está ligada à queda do efetivo das polícias. “Nós vivenciamos uma nefasta queda do efetivo das polícias".

"E com esse tipo de deficiência, tanto do ponto de vista de gestão, quanto do ponto de vista social, nós temos que enxergar o aumento indistinto da criminalidade nesse sentido, além da ausência de investimento estrutural nas agências investigativas e nas agências persecutórias".

Para Cantelmo, “dada a gravidade, é preciso uma alocação de repressão qualificada maior, com estratégia de dominação de pontos de foco relacionados, inclusive a gerência das organizações criminosas, uma intervenção maior por parte do Ministério Público, inclusive, talvez até por parte da Polícia Federal".

"É preciso uma medida de despatrimonialização dessas organizações criminosas. Atacar diretamente os agentes financiadores, não só de modus operandi criminosos, mas de agentes paralelos, que servem para dar roupagem de licitude para organizações criminosas voltadas, inclusive, a atividades de lavagem de dinheiro”, explica. Com Brasil 61

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