Em crise, prefeitos pressionam Brasília

Cerca de 3 mil prefeitos, inclusive baianos, participaram nesta terça-feira de um ato em Brasília, para pressionar o legislativo e o governo federal em busca de uma solução para a crise financeira dos municípios. A ação começou com um evento no Centro de Convenções Ulisses Guimarães.

Na parte da tarde, os gestores municipais ocuparam o salão verde da Câmara dos Deputados e em seguida, fizeram uma caminhada em direção ao Tribunal de Contas da União (TCU). Um dos presentes, o prefeito de Ilhéus, Mário Alexandre, afirma que está na luta não só por Ilhéus, mas pela Bahia e todo o Brasil.

Marão diz que o movimento é importante para fortalecer o municipalismo. "Nós temos buscado, junto ao Congresso e ao governo federal, medidas urgentes para amenizar os impactos. Vamos continuar mobilizados, principalmente em prol dos municípios que dependem exclusivamente do FPM para sobreviver”, afirma.

Na rede social X, ex-Twitter, o presidente Bolsonaro comentou que o corte de 2,9 milhões de pessoas do Bolsa Família, promovido pelo petista Lula, vai piorar ainda mais a situação das prefeituras. Isso porque elas terão gastos extras para atender às necessidades desse contingente que teve o benefício cortado.

"Em cima dos mais pobres Lula vai economizar R$ 21 bilhões por ano, e a região mais atingida será o Nordeste. Os prefeitos que já sofrem com a queda do FPM, agora terão um gasto extra para atender as necessidades básicas desse novo exército de pessoas sem Bolsa Família, emprego ou renda".

Segundo levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), que ouviu cerca de três mil gestores, 48,7% deles precisou cortar pessoal para reduzir custos. O levantamento mostra ainda que 10% estão com atrasos na folha, sendo grande parte desses (84,8%) nos últimos dois meses.

Dos três mil entrevistados, 47,8% das prefeituras enfrentam atrasos no pagamento de fornecedores. Cachoeira Dourada/MG, de apenas 3 mil habitantes, já enfrenta as consequências da crise econômica. Segundo o prefeito Aleandro Silva, a cidade hoje atende apenas às demandas urgentes, como saúde e educação.

“Nós tivemos alguns cortes com prestadores de serviços, com servidores contratados que precisamos mandar embora. E estamos fazendo uma avaliação esse mês e é provável que mais gente tenha que ser demitida entre outros cortes. Hoje estamos atendendo só o que é necessidade mesmo: saúde e emergência".

A pesquisa da CNM mostra que os gestores estão com medo e pessimistas com relação ao futuro. O município de Poté/MG, de 13 mil habitantes, depende do FPM para custear o básico, que já começa a faltar. O prefeito Gildésio Sampaio reclama da queda dos repasses do FPM e de outros programas do governo federal.

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sao pedro