Erosão em Ilhéus é descaso político

O avanço do mar e a erosão no litoral norte de Ilhéus é um assunto antigo, de mais de 40 anos e, sempre que uma nova eleição se aproxima, os políticos passam a fazer discursos com promessas de solução. Foi assim, por exemplo, nas últimas quatro eleições para prefeito e nas quatro para o governo do estado.

O "apoio para resolver o problema" já entrou para o "calendário eleitoral" da cidade. Nesta semana foi a vez do deputado federal Paulo Magalhães (PSD), e dos vereadores em busca de reeleição Jerbson, Gurita e Abraão fazerem seus discursos de "expressar preocupação" com a situação e prometer "garantir recursos".

É o discurso que vem desde o século passado. Já chegaram a anunciar ações da Codeba e do Governo Federal, "com ínicio ainda neste ano", em vários anos eleitorais. Mas nada foi feito e a erosão continua avançando, ameaçando inclusive a estrada que liga Ilhéus a Serra Grande e Itacaré no trecho inicial.

O problema já resultou na perda de casas e cabanas de praia, afetou diretamente, segundo a Defesa Civil, 42 pessoas, distribuídas em 16 desabrigados e 26 desalojados, além de causar danos permanentes em 11 residências, três delas completamente destruídas pelo avanço do mar no litoral norte.

A prefeitura mobilizou escavadeiras para fazer reparos emergenciais e alega ter "um projeto em andamento para conter futuras erosões", mas é a repetição dos discursos dos últimos 40 anos. Um morador do São Miguel confirma o descaso e provoca: "se tinha um projeto porque não fez nos 7 anos de Marão?"

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