Walmir Rosário lança livro na Amazon

O jornalista e escritor Walmir Rosário lançou na Amazon seu novo livro, "O Berimbau, Valhacouto de Boêmios – como a Confraria d’O Berimbau criou e manteve por anos o Troféu Galeota de Ouro". Ele está disponivel no formato de e-book e tem como premissa que pelo mundo afora, cada boteco tem sua especificidade.

"É como se fosse um DNA, com as diferenças um do outro, o que agrega tipos diferentes de frequentadores. Com isso não quero dizer que um boêmio não possa frequentar vários botecos, pois pode se identificar com os colegas de mesa e copo de vários deles", afirma Rosário.

Mas ele defende que O Berimbau, em Canavieiras, é diferente, por arrebanhar uma “fauna” bastante parecida nos hábitos da boemia, apreciadores dos mesmos gostos, sabores e comportamentos. Muitos que chegaram depois se ajustaram e passaram a ser mais um deles, sem tirar nem pôr, como diz o ditado popular.

Mais que um simples boteco, essa plêiade de boêmios fundou uma confraria com o pomposo nome de Confraria d’O Berimbau. Como todo boteco que se preza, o Berimbau sempre foi marcado por sua simplicidade, do jeitão de Neném de Argemiro, o líder do heterogêneo grupo, com bate-papo. cachaças com folhas e tira-gostos.

O livro tem apresentação de Raimundo Tedesco, um dos fundadores da Confraria d’O Berimbau e do Troféu Galeota de Ouro. Em cada mudança de sede, os frequentadores seguiam fielmente Neném de Argemiro, e não era apenas pelo som do trompete tocado por ele.

Também eram marca da confraria o sino, com diferentes toques para recepcionar os recém-chegados: longo e intermitente para os mais chegados, mais ou menos para os toleráveis e um toque breve, este como um aviso que não era da turma. Outra marca foi o malassado servido aos primeiros sábados de cada mês.

Os sábados seguintes eram destinados à gastronomia de sustança, levadas pelos confrades. Mocofato, viúvas de ovinos e caprinos, rabada bovina, sobe-e-desce, galináceos nas mais diversas feituras e até churrascos assados na hora pelos próprios confrades. Todos antecedidos de tira-gostos exóticos, como marias-moles e pipocas.

Eles eram levados por Tyrone Perrucho, um dos fundadores da Confraria e do Troféu, junto com os confrades Messias, Turrão, Tolé, Tedesco, Juca Seara, Zé do Gás, e tantos outros, incluindo Neném de Argemiro. Já a criação do Troféu Galeota de Ouro se deu principalmente por dois motivos.

O primeiro, exclusivamente festivo, no qual sobressaíssem atos de euforia causados pelo excesso de bebidas, desregramento e libertinagem. O segundo, para continuar ao lado de Neném de Argemiro, dono do boteco e personagem inspirador. O evento era realizado no primeiro domingo de dezembro, abrindo o verão canavieirense.

Com o passar dos anos, o Troféu Galeota de Ouro foi acabado pelos confrades, após rusgas derivadas da política partidária. Se o evento foi extinto, a confraria continuou mais forte que nunca. Tempos depois, Neném de Argemiro resolveu dar adeus aos confrades e se mudou para o oriente eterno, decretando a morte da Confraria.

Anos se passaram até que Tyrone Perrucho conseguiu convencer Zé do Gás, genro de Neném e fundador da confraria, para que promovesse a ressurreição d’O Berimbau e da famosa Confraria. Em 13 de dezembro de 2014 O Berimbau abriu sua porta aos confrades, a outros que desprezaram o hábito da bebida e a novos iniciados.

Seis anos se passaram com a realização das assembleias de sábado da Confraria d’O Berimbau, com comes e bebes regando os animados bate-papo dos confrades, como nos velhos tempos. Mas, como diz a sabedoria popular, tudo que é bom dura pouco. Chega entre nós a pandemia da Covid-19 e muda os hábitos da população.

Walmir sugere que passem os olhos nas crônicas sobre os usos e costumes dos membros da Confraria d’O Berimbau, pois, quem sabe, você poderá se identificar como um deles. Walmir também tem na Amazon "Os grandes craques que vi jogar", "Crônicas de Boteco" e "Como Sobreviver à Pandemia".

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sao pedro