PF mira milícia ligada a aliado do PT

O deputado estadual Kleber Cristian Escolano de Almeida, conhecido como "Binho Galinha", é o principal alvo da Operação El Patron, deflagrada nesta quinta pela Polícia Federal. Ele é apontado como líder de facção especializada na lavagem de dinheiro do jogo do bicho, agiotagem, extorsão e receptação qualificada.

O grupo atua em Feira de Santana e cidades vizinhas. Contra o parlamentar, foi cumprido mandado de busca e apreensão, inclusive em 6 empresas. Binho Galinha tinha sido detido em 2021, quando ainda não era deputado. A força-tarefa também cumpriu dez mandados de prisão preventiva e mais 32 de busca e apreensão.

Os investigados tiveram R$ 700 milhões bloqueados de contas bancárias e 26 propriedades urbanas e rurais sequestradas. Expedidas pela 1ª Vara Criminal de Feira de Santana, as ordens incluem a suspensão das atividades econômicas de seis empresas. Três PMs integrariam o braço armado do grupo miliciano.

Eles seriam responsáveis por fazer cobranças de dinheiro emprestado e dívidas de jogos, mediante uso de violência e ameaça. Na eleição de 2022 para o Governo da Bahia, o deputado Binho Galinha apoiou o então candidato Jerônimo Rodrigues, eleito governador pelo PT e Lula da Silva para a presidência.

A PF iniciou as investigações após receber ofício do Ministério Público da Bahia. “Com o aprofundamento das diligências, colheram-se elementos probatórios que revelaram a participação dos indiciados num grupo miliciano e evidenciaram parte de sua estrutura, inclusive o seu poderio econômico”, diz a PF.

“Desde 2018, o Supremo Tribunal Federal vem entendendo que parlamentares serão processados e julgados pela justiça de primeiro grau em caso cometimento de crimes antes da diplomação do cargo e desconexo a ele”, informou a PF, explicando os procedimentos.

Os mandados judiciais foram cumpridos por 200 policiais federais e estaduais, com apoio de 15 auditores-fiscais da Receita Federal e seis analistas tributários. A investigação avançará para apurar a possibilidade de haver outros envolvidos na milícia, cujos integrantes podem pegar até 50 anos de reclusão.

“Observou-se a participação de três policiais militares do estado da Bahia, os quais integrariam o braço armado do grupo miliciano, cujas atribuições seriam de efetuar cobranças, mediante violência e grave ameaça, de valores indevidos oriundos de jogos ilícitos e empréstimos a juros excessivos”, informou a PF.

18:03  |  


Muito esforço foi feito para produzir estas notícias. Faça uma doação para repor nossas energias. Qualquer valor é bem vindo. Pode ser via Bradesco, ag 0239, cc 62.947-2, em nome de A Região Editora Ltda, ou pelos botões abaixo para cartão e recorrentes.

     


sao pedro