Estudo mostra futuro do jornalismo

Um estudo feito pelo Instituto Reuters para Estudos de Jornalismo em 2024, na Universidade de Oxford, Inglaterra, mostra como o setor encara o futuro próximo. Ele ouviu editores, jornalistas e executivos em todo o mundo, inclusive no Brasil. Cerca de 47% deles estão otimistas para este ano.

Apenas 12% têm pouca confiança. Eles se preocupam com o aumento dos custos, a queda do faturamento comercial e das assinaturas, assim como tentativas de censura através de ameaças e processos. Já os otimistas citam as eleições nos Estados Unidos e outros países como razão para aumento do público.

Quase dois terços (63%) estão preocupados com o declínio do fluxo de tráfego de seus sites vindos das redes sociais. Dados da Chartbeat mostram que o tráfego vindo do Facebook caiu 48% em 2023 e o da rede X, antiga Twitter, diminuiu 27%. Por isso, 77% vão focar mais em seus próprios canais.

Um grupo de 22% pretende cortar investimentos em redes sociais e 20% devem experimentar alternativas, como o WhatsApp e o Instagram, que recentemente se abriu para videos jornalísticos. O interesse ainda continua no TikTok e no YouTube, assim como no Google Discover.

A maioria decidiu criar mais vídeos, newsletters e podcasts, mas a quantidade de conteúdo escrito deve permanecer no mesmo nível. Mais da metade, 54%, admite que suas empresas estão mais preocupadas em chamar o máximo de atenção do que economizar o tempo gasto pelo público.

Uma preocupação atual é o cansaço da audiência com temas que se alongam, como os conflitos na Faixa de Gaz e na Ucrânia, que não podem ser ignorados. A estratégia escolhida para contornar isso é explicar melhor as histórias complexas (67%), um relato mais construtivo (44%) e casos inspiradores (43%).

Existe ainda uma parcela que defende publicar notícias mais positivas (21%) ou de entretenimento (18%). Em paralelo, será feito um investimento nas assinaturas, que 80% consideram importantes para o fluxo de caixa, até mais que a veiculação de publicidade. Quem vem cobrando diz que a carteira está estável.

Ainda na área do faturamento, 35% acreditam que a maioria do lucro ainda virá dos grandes anunciantes, mas haverá menos dinheiro para todos. Uma coisa que pode aliviar os custos e atrair mais público, segundo a maioria dos ouvidos, é a Inteligência Artificial, em especial na automação do noticiário.

Ela seria usada para oferecer recomendações melhores ao público e mais eficiência na área comercial. Mas não existe consenso no uso para produzir conteúdo, por medo de perder a reputação e a credibilidade. O avanço da tecnologia também significa o abandono do passado.

A tendência apontada no estudo é de que cada vez mais jornais vão cessar as edições impressas, já que os custos não param de subir sem que as vendas aumentem. Uma tendência é a oferta, para assinantes, de combos de conteúdo jornalístico com outras coisas, de games a livros e podcasts exclusivos.

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sao pedro