Filho de ministro "ostenta" em vídeo

Em vez de mandar investigar os sinais exteriores de riqueza de Felipe Brandão, filho do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Benedito Gonçalves, conhecido pelas relações com o presidente Lula (PT), uma juíza do Rio de Janeiro preferiu censurar o vídeo onde ele aparece.

Nele, o filho do ministro, de forma brega, ostenta nas ruas de Amsterdã um relógio de R$1,3 milhão, uma pulseira de R$ 85.500, um tênis de R$ 30 mil e outros itens de alto luxo. O vídeo é o de uma série do influenciador holandês Anthony Kruijver, que mostra como as pessoas se vestem em locais públicos.

A censura provocou efeito contrário, com sua viralização e a replicação em massa nas redes sociais. O vídeo do influenciador, que ainda estava em seu perfil do instagram na manhã de sábado (13), foi apagado. Mas o deputado federal Gustavo Gayer replicou a filmagem em suas redes sociais.

Celebrizado pela expressão “missão dada, missão cumprida”, que vazou de um áudio em evento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), indignando eleitores bolsonaristas, Benedito Gonçalves recebeu de Lula um afago na bochecha logo após segredar algo aos ouvidos do presidente.

Ele atuou como corregedor da campanha eleitoral de 2022 e ficou conhecido por decisões controvertidas, quase sempre contra o presidente Jair Bolsonaro, impedindo-o até de mostrar imagens de eventos dos quais participou. Foi dele também a decisão de tornar Bolsonaro “inelegível”.

O Diário do Poder fez consulta às páginas de venda originais das marcas ostentadas e dos vendedores autorizados no Brasil. O filho do ministro Benedito Gonçalves exibiu um exclusivíssimo par de tênis Air Force, que a Nike produziu em parceria com a marca de luxo Louis Vuitton, que custa no Brasil R$ 30 mil.

O item mais caro exibido pelo filho do ministro do STJ é um relógio Richard Mille RM 011, para muitos de gosto duvidoso, avaliado em US$ 260mil, equivalentes a cerca de R$ 1,3 milhão. Este relógio, exposto em sites especializados, estava no pulso esquerdo do rapaz. Se importado, dobra de preço com os impostos.

Uma espalhafatosa calça Denim Tears, que Felipe Brandão vestia em completo desacordo com os demais itens de luxo que usava nas ruas de Amsterdam, é comercializada a partir de R$ 5 mil. No vídeo, Felipe faz questão de destacar que era da marca exclusiva (e cara) Prada a jaqueta que usava. Custa R$17.500.

No braço direito, o filho do ministro Benedito Gonçalves usava não apenas uma, mas duas pulseiras da marca francesa Cartier, uma das mais caras do mundo, que somam o equivalente R$ 85.500. Anthony Kruijver observou que era de alto luxo a mochila que Felipe levava às costas.

Fazendo expressão de quem estava feliz com a identificação, ele dá as costas para mostrar à câmera sua mochila Dior modelo bolsa Dior, avaliada em cerca de R$ 13 mil. Uma pulseira Van Cleef é percebida no punho esquerdo, idêntica a uma peça exibida pela mulher, 9.000 dólares no total, ou R$ 45 mil.

A mulher que acompanhava Felipe na gravação usava um par de tênis LV Stake, que pode ser comprado por R$ 7 mil. Ela usava também um Rolex modelo Day-Date 40, de R$ 302.500. Nas redes sociais, os usuários passaram a se manifestar atribuindo à ostentação brega do fillho de Benedito a escárnio com o Brasil.

“Isso é só mais uma das afrontas do poder da corrupção contra o povo brasileiro. Nada mais me surpreende aqui, infelizmente”, afirmou um internauta. Outros descobriram que o capítal da empresa de Felipe é de R$ 41 mil. "Não dá para comprar nem as pulseiras," observa um deles.

A juíza do Rio de Janeiro que decretou a censura para agradar Benedito Gonçalves, ignorou o fato de que o vídeo foi produzido com autorização de Felipe, que até o divulgou em suas redes sociais. Mesmo assim, ela considerou que “a intenção” da divulgação seria “ridicularizar” o rapaz “e atingir terceiros”.

"O contribuinte, que pagou pela farra através de seus impostos, é proibido de saber o que fazem com ele através de um ato de censura que por sua vez é proibido pela Constituição. É a 'justiça' que temos hoje no Brasil", observa nosso editor Marcel Leal. A matéria foi feita com dados do Diário do Poder.

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sao pedro