STF persegue lideranças da direita
O presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, chamou de "clara perseguição" os mandados de busca e apreensão contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), cumpridos pela Polícia Federal na Operação Vigilância Aproximada nesta quinta-feira.
Para ele, está claro que a relação de proximidade do parlamentar com o presidente Jair Bolsonaro (PL) teria causado a repressão ao ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que teve seu gabinete e apartamento funcional da Câmara dos Deputados vasculhados por agentes da PF.
Assim como o último parlamentar bolsonarista alvo da PF, Carlos Jordy (PL-RJ), o parlamentar que comandou a Abin no governo passado é pré-candidato a prefeito nas próximas eleições. Ambos lideram as pesquisas para as prefeituras do Rio de Janeiro e, no caso de Jordy, Niteroi.
Valdermar ainda criticou a falta de autoridade do Congresso Nacional e a inércia de seu presidente, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), por não reagir à reincidência de buscas em gabinetes na Câmara. “Rodrigo Pacheco deveria reagir e tomar providências”, cobrou, segundo matéria do Diário do Poder.
A PF fez as buscas por suspeita de ligação de Ramagem com uma organização criminosa que atuou na Abin, espionando autoridades, usando "software secreto" da agência sem autorização da Justiça. Porém, o equipamento foi comprado na gestão de Alexandre de Moraes, quando era ministro da Justiça de Temer.
As denúncias de espionagem da Abin começaram muito antes de Bolsonaro. Em 2008, no primeiro governo de Lula (PT), a Abin foi acusada de espionar os ministros do STF Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello, o então presidente do Senado, Garibaldi Alves, os senadores Arthur Virgílio, Alvaro Dias e Tasso Jereissati.
Em 2017, no governo de Michel Temer, que tinha Alexandre de Moraes como ministro da Justiça, a agência foi acusada de espionar o ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Mais tarde, Temer nomeou Alexandre de Moraes para o STF.
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