A música baiana perde Kokó, do Lordão

O sul da Bahia perdeu hoje um de seus maiores ícones da música, o cantor Kokó, líder da banda Lordão, aos 72 anos. Clóvis Figueiredo Leite, nosso carioca mais grapiúna, tinha problemas hepáticos e estava desde o ano passado na fila para um transplante de fígado, que conseguiu há 15 dias em Salvador.

Infelizmente, houve reação e ele teve que ser internado em uma Unidade de Terapia Intensiva, falecendo na tarde desta segunda-feira. O corpo de Kokó foi velado em Salvador, onde seu corpo será cremado, informou a Morena FM 98,7 no programa Conexão Morena.

Apesar de carioca, Kokó fez boa parte de sua carreira na Bahia, onde, em 1972, foi convidado para integrar uma nova banda, que ia suceder a Ritmos Lord. Foi a estreia do Lordão, ao lado de Jou Carlos, Mimide, Filemon Carvalho, Basilio, Zé Correia e Sabará. Um "grupão", como dizia Kokó.

Em 2013, ao completar 50 anos, Kokó foi entrevistado pelo jornalista Marcel Leal para o jornal A Região e contou toda a sua trajetória, como foi parar no Lordão, a mudança de baile para forró nos anos 90, a participação no CD Jupará, e quais os artistas que gostava de ouvir, com algumas surpresas. Leia aqui.

Uma noite inesquecível para os fãs do forró foi o show espetacular de Kokó com Ari PB, do Cacau com Leite (foto), no Troféu Jupará de 2010, o último. Os dois reviveram o início do boom do forró, quando dividiam sozinhos o palco do São João de Ibicuí. Terminaram a noite aplaudidos de pé.

Kokó venceu o Trofeu Jupará em 2001, 2002, 2005 e 2010, quando levou as estatuetas de Cantor, Disco, Canção Axé/Pagode (Remelexo, parceria com Marlon) e Compositor. A relevancia é que a premiação era votada diretamente pelo público, com stands em Itabuna, Ilhéus e na Uesc.

Em abril de 2022, Koko esteve no programa Mesa Pra 2,de Marcel, ao lado de Ari PB e Alobened, para falar sobre a volta do forró depois de dois anos de pandemia, as dificuldades do período e até contar alguns micos que ele passou na carreira. A íntegra está neste link do Spotify.

"Perder Kokó é perder uma referência da minha juventude de bailes com o Lordão, e de alto astral. Mais tarde, a amizade forjada na paixão que temos pela música e pela cultura. Kokó espantava os problemas com música, talento e a energia de um cara capaz de tocar 5 horas seguidas sem perder o pique", diz Marcel.

"Encontrei com ele pela última vez no lançamento do ItaPedro, no ano passado, já fraco e abatido. Mas isso não impediu Kokó de soltar o verbo e presentear quem estava lá com talvez seu último 'show'. Mais que isso, guardo na memória nosso papo, cheio de risadas. Espero que esteja bem, onde estiver", concluiu.

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sao pedro