Abusos dos clientes prejudicam cafés

Após a briga entre um consumidor e o dono de uma padaria de Barueri-SP, na Grande São Paulo, a Federação de Hotéis, Bares e Restaurantes de São Paulo (Fhoresp) alerta para o uso inadequado de notebooks, de tablets e de celulares em ambientes gastronômicos.

Para evitar novos conflitos, a principal orientação é que as partes adotem bom senso na utilização dos equipamentos, bem como na aplicação de restrições por parte dos estabelecimentos. O diretor da Fhoresp, Edson Pinto, sugere que se verifique antes se o local é amigável à prática do uso para trabalho.

“A realização de longas reuniões online e a maior permanência nos ambientes pelo trabalho remoto estão indo além do consumo in loco. Desde a pandemia da Covid-19, isso tem se tornado cada vez mais comum. Só que, em alguns casos, tem gerado problemas, como o ocorrido há poucos dias em Barueri”, diz.

Para a Fhoresp, isso acontece porque bares, restaurantes, cafés e padarias geralmente oferecem estrutura que serve ao trabalho remoto, mesmo não sendo essa a finalidade, como acesso gratuito à Internet, energia elétrica para carregar baterias de eletrônicos, estacionamento e sanitários.

No entanto, esses serviços que, no início, eram uma cortesia aos consumidores, têm se transformado em transtorno por causa da utilização inadequada. “Muitos clientes querem transformar o local em verdadeiros escritórios. Esta prática acaba por reter as mesas por tempo excessivo e sem consumo equivalente".

"Trata-se de conduta que impede a rotatividade de outros consumidores que desejam se alimentar”, esclarece. Por sua vez, o Código de Defesa do Consumidor diz que os estabelecimentos devem divulgar as orientações em local visível aos frequentadores, com direito à fácil entendimento e clareza.

Édson defende que, caso não haja bom senso entre as partes, é necessário que os estabelecimentos adotem restrições, como impedir o acesso de Wi-Fi, não permitir o carregamento de baterias ou até cobrar valores adicionais ou consumo mínimo pela utilização da estrutura para fins comerciais.

O diretor-Executivo da Fhoresp acrescenta, ainda, que essas providências são necessárias para evitar a pior alternativa: majorar os preços do cardápio, a fim de reduzir prejuízos acumulados pelos estabelecimentos, o que, consequentemente, penalizaria todos os consumidores.

“Para reuniões e ações relacionadas ao trabalho administrativo ou criativo, entendemos que os coworkings e os espaços públicos são os ambientes mais propícios. Vale lembrar que cafés, padarias, bares e restaurantes são empresas de alimentação, somente”, completa Edson.

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sao pedro