BR-251: o 'inferno na terra' por descaso

Uma novela de quase vinte anos continua se arrastando por absoluto descaso do Governo da Bahia com os moradores do sul da Bahia e as decisões judiciais. É a situação dramática da rodovia BR-251, que liga Ilhéus a Buerarema. Apesar de federal, ela foi transferida para a gestão do estado.

Desde então, a estrada sofre com crateras, lamaçal quando chove e poeirão quando está seco. A condição de trafegabilidade é nula, o transporte público não serve às dezenas de localidades ao longo da rodovia, os produtores não conseguem escoar sua produção e as crianças ficam impedidas de ir às aulas.

As vítimas são as comunidades rurais do Couto, Santa Maria, Santo Antônio, Cururutinga, Tranquilidade, Repartimento, Seringal, Itararé, Rompedeira, Santana, Santaninha, Búzios, Japu, Rio do Engenho, Cardoso, Giboinha; assentamentos Fábio Henrique, Dois irmãos, Cosme Muniz e Sol e Mar, entre outras;

Elas pedem socorro desde o primeiro governo de Jaques Wagner (PT) e não foram atendidas nele nem nas duas gestões de Rui Costa (PT). A saída foi apelar à Justiça e o Ministério Público Federal entrou com a ação 1000330-10.2017.4.01.3301 no TRF-1 em 2011.

"A situação hoje, 23 de fevereiro de 2024, é desumana. O transporte não consegue chegar nas comunidades rurais," disseram os moradores ao jornal A Região. O mais incrível é que o Governo da Bahia, para evitar uma condenação, assinou um Termo de Ajuste de Conduta com o MPF em 23 de outubro de 2018.

O documento, assinado pela Secretaria de Infraestrutura da gestão de Rui Costa (PT), nunca teve suas determinações cumpridas. A Justiça chegou a ordenar o calçamento da estrada com brita até que se pudesse asfaltar, mas a ordem foi ignorada pelo governador e nada aconteceu com ele.

Hoje, graças ao desprezo dos governadores petistas que controlam a Bahia há 18 anos e à omissão da Justiça em punir o governo por desobedecer o TAC e a ordem judicial, famílias inteiras, estudantes, pequenos e médios produtores rurais que dependem da BR-251 vivem isolados e de forma precária.

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