Gestor fecha cidade para bajular Lula
O chefe de estado Lula da Silva (PT) descobriu a maneira de ter público em seus eventos pela primeira vez, depois de passar vexame em vários outros, como a vista à fábrica da Volks, onde foi filmado acenando para ninguém, como fez no desfile de 7 de setembro do ano passado para uma esplanada vazia.
Um áudio de uma reunião de secretários com funcionários públicos de Belford Roxo/RJ, em 1º de fevereiro, mostra os servidores sendo coagidos a comparecer ao “comício” de Lula ao município da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, na manhã desta terça. 70% dos servidores são comissionados.
Como podem ser demitidos à bel prazer do prefeito, a ameaça foi justamente a da perda do emprego para quem não fosse. Outros áudios mostram professoras revoltadas. "Se não for vou ser demitida, enrão não tem jeito, mas teve gente que se recusou", diz uma delas em conversa vazada na rede X.
No primeiro áudio, gravado na Escola Municipal Ernesto Pinheiro Barcellos, as diretoras ordenam que, mesmo com ponto facultativo decretado pelo prefeito Wagner dos Santos Carneiro, "Waguinho", do Republicanos, os funcionários públicos tinham que ir ao evento. "Não é para ficar em casa".
A manobra coronelista ainda avisa que o prefeito e marido da ex-ministra do Turismo, Daniela Carneiro, mandou o pessoal ir com bonés, camisas e faixas, que seriam distribuídas pela Prefeitura, além de dizer quando o mandatário devia ser ovacionado durante o discurso.
Um vídeo mostra as professoras sendo levadas para o evento em ônibus contratados pela Prefeitura, que também distribuiu café da manhã, almoço, água e lanche. Um jornalista fez outro visitando as escolas e postos de saúde, todos fechados. A população ficou sem aulas, assistência médica e social.
O primeiro áudio diz: “Todo mundo sabe que terça-feira é ponto facultativo. Mas não é ponto facultativo para a gente ficar em casa. Conclusão: todos nós terça-feira lá [no evento de Lula]. […] O prefeito já viu a questão do almoço, vão distribuir as camisas, vai ter almoço…"
"Nós vamos com vocês no ônibus; vamos deixar vocês lá e vocês vão ficar representando a escola. Vai ter a faixa, que nós vamos deixar com vocês. Nós precisamos, obviamente, da presença de todos os funcionários”, diz um trecho. A gravação e o vídeo viralizaram na internet, em especial na X.com
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