Senadores confirmaram o abuso da PF
Nesta terça-feira, Rodrigo de Melo Teixeira, diretor de Polícia Administrativa da Polícia Federal (PF), confirmou que a PF deteve o jornalista Sérgio Tavares, cidadão português, por suas opiniões, o que se trasduz em abuso ilegal de poder, já que não existe crime de opinião na legislação brasileira.
Sérgio veio cobrir a manifestação do presidente Jair Bolsonaro do dia 25 de fevereiro na Avenida Paulista, a maior já registrada no Brasil. Ao chega ao Aeroporto de Guarulhos (SP), foi detido e interrogado por quatro horas pela Polícia Federal, sempre sobre suas postagens nas redes sociais.
Rodrigo Teixeira foi ouvido pela Comissão de Segurança Pública (CSP) do Senado, representando o diretor-geral da PF, Andrei Augusto Rodrigues. A solicitação da audiência partiu do senador Eduardo Girão (Novo-CE), que denunciou a detenção de Sérgio Tavares “sem nenhuma justificativa plausível”.
O jornalista de Portugal foi questionado por suas declarações em plataformas de mídia social em relação aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), vacina e urnas eletrônicas. Depois da repercussão negativa, a PF alegou que o jornalista não tinha visto de trabalho. Mas ele não é exigido para jornalista.
Além disso, nenhuma pergunta do interrogatório citava visto de trabalho, provando uma clara mentira da PF. Sérgio mostrou nas redes sociais a cópia do interrogatório, assinada pelo delegado da PF, onde constavam somente questões políticas, sem qualquer menção ao visto.
Durante a audiência, os senadores perguntaram se havia justificativa para a ação e a origem das perguntas feitas ao jornalista. Teixeira informou aos senadores que a interação com o jornalista foi conduzida "com base na legislação de controle migratório e no sistema de análise da PF".
“Nas manifestações do Sérgio Tavares, não entramos em manifestação política, mas têm manifestações que beiram a um aspecto criminal ou que flertam com a criminalidade, como a declaração dele de ataque à honra de ministros da Suprema Corte, o que é crime, além da crítica dele à urna eletrônica em que diz que é fraudada e o apoio ao movimento golpista do dia 8 de janeiro ao se posicionar de forma favorável à invasão de prédios públicos”, explicou Teixeira.
Ao contrário do que diz Teixeira, nada disso é configurado como crime no Brasil, onde não existe crime de opinião. O delegado mencionou a existência de 143 mil alertas sobre indivíduos que podem ser interrogados se parados pela PF. Os senadores perguntaram quantos são de direita. Ele não respondeu. Com Agora Notícias Brasil.
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