Delatores revivem fraude de Rui Costa

O nome do ministro da Casa Civil, Rui Costa, apareceu na delação premiada da empresária Cristiana Prestes Taddeo, dona da Hempcare. Em 2020, a empresa recebeu R$ 48 milhões do Consórcio Nordeste para fornecer 300 respiradores aos estados da região, mas nunca entregou os equipamentos.

Na época, Rui governava a Bahia e presidia o consórcio regional. Por ordem dele, a compra foi feita por Carlos Gabas, que trabalhava no Consórcio, porém toda a negociação foi do então chefe da Casa Civil da Bahia, Bruno Dauster, na foto com Rui Costa.

Cristiana fechou acordo de delação com a Procuradoria-Geral da República em 2022. O conteúdo da colaboração só veio a público hoje, em matéria do Uol, mas o jornal A Região e a Morena FM já tinham divulgado detalhes em 15 de março de 2021, na matéria "Delação envolve Rui em caso federal".

A empresária disse à PGR que pagou comissão de R$ 11 milhões a dois homens que se apresentaram como intermediadores do governo baiano, Fernando Galante e Cleber Isaac. O primeiro recebeu R$ 9 milhões através da Gespar Administração de Bens, que emitiu só duas notas fiscais na vida.

Já Cleber Isaac ficou com R$ 1,6 milhão referente a "consultoria" falsa. A delatora mostrou comprovantes dos pagamentos. Isaac é amigo de Rui e de Aline Peixoto, esposa do ministro que hoje tem cargo vitalício no Tribunal de Contas dos Municípios apesar de ser formada em enfermagem.

No depoimento à Polícia Federal, Bruno Dauster disse que foi Rui Costa quem indicou a Hempcare, que só tinha capital de R$ 100 mil, não fabricava nem vendia respiradores e sim produtos feitos à base de maconha. Rui alegou que escolheu a empresa porque "não sabia inglês" nem o que era "hemp".

Dauster confirmou em depoimento à PF que nada era feito sem ordem de Rui Costa. A Região lembrou na época que Dauster é o mesmo personagem envolvido em outro crime. Segundo a PF, ele foi intermediário de propina paga pela Odebrecht ao PT, via Grupo Petrópolis, para a campanha de Rui Costa (PT) em 2014.

A tentativa de Rui Costa em se afastar do caso fracassa por vários motivos. Além de presidir o Consórcio, indicar a empresa e assinar a compra, ele é responsável por um documento revelado pela Veja em 2002. Nele, o Consórcio Nordeste afirma os respiradores foram recebidos e "aceitos em perfeitas condições”.

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sao pedro