SP solta araras azuis em APA na Bahia

A Secretaria de Meio Ambiente de São Paulo participou da soltura de um grupo de nove araras-azuis-de-lear (Anodorhynchus leari), no dia 19 de março, com sucesso, no único habitat natural da espécie no mundo, em uma região de caatinga no nordeste da Bahia.

Seis estavam sob cuidados do Núcleo de Conservação da Fauna Silvestre (CECFau), em Araçoiaba da Serra (SP), enquanto as demais estavam sob responsabilidade do Zoológico de São Paulo. O início do processo para soltura começou com uma série de exames de saúde e o preparo para o envio para a Bahia.

As quatro fêmeas e os dois machos, sendo cinco filhotes que nascram no CECFau, passaram por mais de três meses de adaptação e treinamento. No dia 19 de março começou a soltura branda (quando os animais são soltos, mas permanecem continuamente monitorados, com suplementação alimentar).

As araras-azuis-de-lear foram encaminhadas para a Área de Soltura de Animais Silvestres (ASAS) Boqueirão da Onça, na Bahia, onde ficam sob responsabilidade do Grupo de Pesquisa e Conservação da arara-azul-de-lear. Vale salientar que todas as aves aprenderam a reconhecer e a consumir o coco do Licuri.

Trata-se de uma espécie de palmeira típica da região, resistente ao clima árido. As aves, desde cedo, também apresentaram bom desempenho em voo. “Essa é uma grande conquista para a Semil, que busca se tornar referência na conservação de espécies ameaçadas da nossa fauna”.

“Além das pesquisas com uma espécie pouco estudada, o CECFau contribui com o reforço demográfico e genético para ela na natureza. Entender a importância para nossa biodiversidade é primordial, e por isso iremos atuar cada vez mais na conservação das araras-azul-de-lear”, a coordenadora Patrícia Ramos.

A Semil, por meio do CECFau, integra o Programa de Manejo Populacional da Arara-azul-de-lear desde 2015, com o objetivo de auxiliar na conservação da espécie. Desde 2019, 22 filhotes nasceram no núcleo e 10 já foram enviados para soltura na região do Parque Nacional do Boqueirão da Onça, na Bahia.

O projeto de reintrodução é complexo, minucioso e envolve vários atores. O papel da Semil é o de obter a reprodução em cativeiro e enviar os indivíduos para a área de soltura, onde ficam meses em treinamento conduzido pela equipe específica do programa.

“As solturas são feitas em épocas específicas do ano e dependem de alguns fatores, como disponibilidade de aves, oferta de cocos de licuri na natureza (principal item alimentar da espécie), e recurso financeiro para manutenção da equipe em campo para treinamento, equipamentos e monitoramento continuado".

As solturas tiveram início em 2019 e são financiadas pela Enel Green Power Brasil. Este projeto é desenvolvido com o apoio de mais de 20 instituições parceiras, de órgãos ambientais do governo a instituições nacionais e internacionais, e outras de pesquisa; além do apoio da comunidade local.

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sao pedro