Bienal lembra os 110 anos de Caymmi

O quinto dia de Bienal do Livro Bahia foi marcado pelas presenças de Paloma Amado (foto), Alice Caymmi, Pedro Rhuas, Abdi Nazemian, Stefano Volp, Anderson Shon, Socorro Acioli. Milhares de alunos de escolas públicas e particulares também estiveram presentes e lotaram os corredores do evento nesta terça-feira.

Ônibus e vans de turismo ocuparam o estacionamento do Centro de Convenções Salvador trazendo estudantes de cidades como Candeias, Cipó, Retirolândia e outras. O Governo da Bahia também distribuiu 10 mil vales-livro para alunos e professores da educação básica, para serem usados na bienal.

Nas mesas de encerramento do penúltimo dia do evento foram discutidos temas como fé e religiosidade na literatura, histórias de amor protagonizadas por minorias políticas e ainda as interações afetivas e artísticas entre as famílias Caymmi e Amado.

No painel 'Divinos e maravilhosos', na Arena Jovem, que é um dos espaços da bienal, os escritores Socorro Acioli e Ian Fraser conversaram sobre as tecnologias da fé para pensar o Nordeste. Autora do best-seller 'A cabeça do santo', Socorro contou de onde veio a inspiração para a história.

"Tudo surgiu a partir de uma matéria de jornal onde uma senhora reclamava que até um vagabundo estava morando na estátua da cabeça de um santo. Ela me deu um personagem. Hoje, sempre que as pessoas veem algo absurdo misturado com religião, me mandam e tenho um catálogo de histórias reais".

Alfabetizado primeiro em inglês, o baiano Ian Fraser, por sua vez, contou que foi criado com fortes referências da cultura norte-americana e detalhou a sua trajetória até sentir que precisava escrever sobre a cultura soteropolitana. "Para mim, a grande graça é escrever sobre o lado de cá".

Aniversariante do dia, Dorival Caymmi estaria completando 110 anos nesta terça, 30 de abril, e para celebrar a data Alice Caymmi, cantora e sua neta, e a escritora Paloma Amado trouxeram histórias das interações entre a família do compositor e a do romancista Jorge Amado.

Paloma recordou episódios espirituosos de Stella Maris, esposa de Caymmi: em um deles, ela quebrou um telefone na cabeça do cantor depois de flagrar um caso extraconjugal, e em outro, fez xixi no colo de uma mulher que teria zombado dela. "As histórias da Bahia envolvem muita magia".

"Meu pai foi um ateu comunista e ele mesmo dizia que era um ateu que vê milagres. Muitas vezes, vi milagres junto com ele e ele dizia: 'Filha, milagres a gente vê e não explica, a gente guarda para si e pronto'", declarou ela no Café Literário, outro espaço da Bienal.

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sao pedro