Caramujo afro volta a invadir Itabuna

Moradores de alguns bairros de Itabuna têm feito denúncias nas emissoras de rádios sobre o surgimento do caramujo africano, que traz riscos à saúde pública e ao meio ambiente, além de ser responsável pela transmissão de doenças para seres humanos e animais. Pelo menos três bairros registraram a presença.

A Prefeitura de Itabuna mobilizou veterinários e técnicos do Controle de Zoonoses para investigar. A gerente do DCZ, veterinária Lorena Andrade, conta que as localidades serão inspecionadas com os Agentes de Combate às Endemias para orientar as famílias sobre o controle e eliminação do molusco.

"O próprio morador pode usar sal, cal virgem ou água quente para matar o caramujo e depois enterrá-lo ou descartá-lo acondicionado em sacos plásticos, fechados, junto com o lixo doméstico coletado diariamente". Lorena recomenda ainda o uso de luvas para evitar o contato direto com os moluscos.

A diretora do DCZ também diz que é importante limpar as áreas onde o animal costuma ficar, a exemplo de locais úmidos e com vegetação, o que pode ajudar a controlar sua população, já que eles se alimentam de folhas. "O caramujo africano não é nativo da região", acrescenta a veterinária do DCZ Sónia Lopo.

"Mas costuma aparecer, principalmente em épocas de chuvas". Ela explica que o Ministério da Saúde condena o uso de veneno para matar o molusco, para evitar a contaminação do solo e do lençol freático. Por isso, reforça o apelo à população para que colabore no trabalho de combate ao animal.

Segundo a veterinária, o caramujo é responsável pela transmissão de doenças como meningite eosinofílica, causada pelo verme Angiostrongylus cantonensis; e a angiostrongilíase abdominal, causada pelo parasita Angiostrongylus costaricensis. "Por causa disso, é bom lavar bem as hortaliças, verduras e frutas".

Com cerca de 20 centímetros de comprimento e 200 gramas, o caramujo africado foi trazido ao Brasil com o intuito de substituir o escargot verdadeiro. Por causa da baixa procura, os produtores acabaram soltando os moluscos no meio ambiente, onde se reproduziram sem controle.

O molusco é hermafrodita e capaz de se autofecundar. Cada indivíduo é capaz de liberar aproximadamente 400 ovos por ano. Ele sobrevive aos períodos de seca e de frio, e também a diversos venenos. O DCZ recebe denúncias pelo telefone (73) 99974-8539, de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas.

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sao pedro