Grupo bloqueia BR no sul da Bahia

Na manhã desta terça-feira, um grupo de moradores de Coutos, distrito de Ilhéus, bloqueou a BR-251, que liga a cidade a Buerarema e está sob a responsabilidade do Estado. A reivindicação é a mesmo que vem sendo repetida há 20 anos: a recuperação da estrada, que existe há 50 anos e nunca foi asfaltada.

Nessas daus décadas a estrada sofre com crateras, lamaçal quando chove e poeirão e uma infinidade de buracos quando está seco. A trafegabilidade é nula, o transporte público não serve às localidades ao longo da rodovia, os produtores não conseguem escoar sua produção, as crianças ficam impedidas de ir às aulas.

Quem precisa de um médico não cosnegue ir à sede. Esta é a rotina de milhares de moradores de locais como Couto, Santa Maria, Cururutinga, Repartimento, Seringal, Itararé, Rompedeira, Santana, Santaninha, Japu, Rio do Engenho, Cardoso, ou assentamentos Fábio Henrique, Dois irmãos e Sol e Mar, entre outros.

O presidente da Associação dos Moradores do Santo Antônio, Jorge Anunciação, conta que ninguém aguenta mais as condições da estrada, que limita a vida das pessoas, na prática ilhadas em suas comunidades. "As má condição da estrada prejudica a agricultura familiar e estudantes que sofrem para chegar à escola".

A novela de quase vinte anos continua se arrastando por absoluto descaso do Governo da Bahia com os moradores do sul da Bahia e as decisões judiciais contra ele. Pedem socorro desde o primeiro governo de Jaques Wagner (PT), passando pelos dois de Rui Costa (PT) e o primeiro ano de Jerônimo Souza (PT).

A saída, em 2018, foi apelar à Justiça, através de uma ação do Ministério Público Federal. O estado acabou assinando um Termo de Compromisso, mas nunca cumpriu com as determinações. A multa diária de R$ 6 mil, estipulada pela juíza Letícia Bossonario, também não foi cobrada, incentivando a omissão do Governo.

Na audiência de 2018, o Dnit alegou que é impossível asfaltar a BR-251, por questões técnicas. A juíza então ordenou ao Governo do Estado que apresentasse, em 30 dias, um cronograma para pavimentar a rodovia com composto de brita, sugerido pelo próprio diretor do Dnit, Saulo Pontes. Nada foi feito.

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