Toffoli anula toda a corrupção provada

Um verdadeiro escândalo, que surpreendeu até quem está acostumado à nova onda de impunidade de corruptos e ladrões no Brasil. Não por acaso, o editor de A Região, Marcel Leal, diz que o lema escrito na bandeira nacional deveria ser mudado para "Esculhambação sem progresso".

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, citado no escândalo da Lava Jato como recebedor de propina da Odebrecht, anulou todos os atos da operação contra o empreiteiro... Marcelo Odebrecht, condenado a 19 anos e 4 meses de prisão pelo então juiz Sérgio Moro, em 2016.

Ele teve a pena reduzida para 10 anos após um acordo de delação premiada, onde confessou todos os crimes e apontou para quem pagava propinas. Depois, no STF, em 2022, conseguiu reduzir para 7 anos, já cumpridos. Para quem recebeu propinas e quer receber de novo, não bastava.

“Declaro a nulidade absoluta de todos os atos praticados em desfavor do requerente no âmbito dos procedimentos vinculados à Operação Lava Jato, pelos integrantes da referida operação e pelo ex-juiz Sérgio Moro no desempenho de suas atividades perante o Juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba".

Toffoli completou: "ainda que na fase pré-processual, determinando, em consequência, o trancamento das persecuções penais instauradas em desfavor do requerente no que atine à mencionada operação”, segundo trecho da decisão do ministro revelado pela jornalista Mônica Bergamo.

Apesar da nulidade, a delação do executivo continua valendo. A decisão escandalizou o ex-procurador da operação Deltan Dallagnol, que lembrou de Toffoli sendo citado pelo próprio Marcelo Odebrecht em sua delação premiada. O ministro do STF consta na lista de recebedores de propinas mantida pela empresa.

“O ministro Dias Toffoli, no mesmo dia em que o STF extinguiu as penas de José Dirceu por corrupção passiva na Lava Jato, anulou agora todos os atos da operação contra Marcelo Odebrecht, que citou o próprio Toffoli em seu acordo de colaboração premiada: Toffoli era o ‘amigo do amigo de meu pai’“.

“Um dos maiores corruptos confessos da história do Brasil, que entregou provas e informações sobre crimes cometidos por autoridades de todos os escalões da República foi blindado pelo ministro que ele mesmo citou em sua delação. A corrupção venceu e quem a colocou no pódio foi o STF”, completou.

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sao pedro