STF vai espionar o cidadão 24h por dia

Não estamos vivendo em 1984, mas muitos dos abusos de governo previstos no livro de George Orwell que tem este título parecem ganhar vida no Brasil. A mais recente foi a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de implantar o equivalente ao "Grande Irmão" da obra literária para espionar os brasileiros.

O STF abriu uma licitação para selecionar uma empresa que será responsável por vigiar as redes sociais atrás de qualquer postragem que incomode, critique ou desagrade os ministros do Supremo. Segundo a revista Veja, o contrato, de R$ 345 mil, será válido por um ano, justamente o eleitoral, mas pode se perpetuar.

o "Grande Irmão" do STF vai espionar, 24h por dia, redes como Facebook, Twitter, Youtube, Instagram, Flickr, TikTok e Linkedin, passando um pente fino sobre tudo o que for dito sobre o STF ou ministros como Luiz Roberto Barroso, Dias Toffoli, Fachin e Alexandre de Moraes, que defendem a censura inconstitucional.

Mas a espionagem do cidadão não se limitará a isso. Os posts que tratem de "temas importantes" serão analisados e triados, ou seja, inclui críticas a governo, ao PT, MST, ou outros aliados do STF em sua cruzada totalitária. Cada postagem terá registrado o perfil e o local exato de quem postou.

Na licitação, o STF deixa claro que exige que a ferramenta "localize usuários, influenciadores, discursos predominantes e origens geográficas das postagens, além de avaliar a influência e padrões das mensagens e possíveis campanhas organizadas online", conta a Veja. Se "necessário", os dados irão para a Polícia Federal.

O jornalista Fernão Lara Mesquita alerta sobre o que chama de "achinezamento da democracia Lulista" em um pont na rede X. "STF e seu puxadinho, o TSE, fora os outros órgãos oficiais de espionagem todos, já nos espionam por todos os buracos, mas agora a coisa passa a ser oficial e bem mais sofisticada".

"Na China, que Gleisi Hoffman e outros heróis da democracia lulista visitam toda semana 'para afinar discursos e métodos', cada um dos 1,5 bilhões de cidadãos recebem uma 'nota política' em seu celular, expressa nas luzes verde, amarela ou vermelha", explica Mesquita.

"Se alguém com luz verde parar por mais de 10 minutos na frente de alguém com luz vermelha, o ditador entende que eles conversaram e são, portanto, prováveis conspiradores contra o regime, e a luz do cara fica automaticamente amarela". O sistema chinês hoje é executado em todos os habitantes.

"A exibição da sua 'nota' é exigida para autorizar ou não licenças de deslocamento da pessoa entre cidades, prisão domiciliar, restrições a compras de supermercado, acesso a serviços públicos e assim por diante", resume Mesquita. Ela já é usada para impedir a entrada na prórpia casa, em lojas, hospitais e escolas.

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