'Gilmarpalooza' é criticado em Portugal

A imagem de ditadura de bananas do Brasil no exterior já estava bem ruim com os absurdos praticados pelo caudilho Lula da Silva (PT). Mas desceu mais um monte de degraus com o Gilmarpalooza, como foi apelidado o fórum que o minsitro do STF Gilmar Mendes, promove para "discutir o Brasil" bem longe do Brasil.

Realizado em Lisboa, o encontro reúne a maioria do STF, ministros de Lula, empresas que são rés em ações no STF e políticos que são réus no STF. O colunista de políticas anticorrupção da revista Sábado, João Paulo Batalha, chama o evento de “O festival do arranjinho”, em artigo publicado nesta quarta-feira.

“Todos os anos, Lisboa acolhe um encontro de que nunca ouviu falar, mas que é uma autêntica parada de poderes promíscuos. Que diria de um juiz que andasse em almoços, jantares e eventos de charme com empresários que têm processos pendentes junto desse mesmo juiz?"

"Diria provavelmente que é corrupto ou que, no mínimo, estava a violar o seu mais elementar dever de reserva e recato, expondo-se a um conflito de interesses que põe em causa o seu julgamento. E se esse encontro de confraternização e palmadinhas nas costas acontecesse às claras, com datas marcadas e site na Internet, disfarçado apenas pelo véu (aliás, muito transparente) de um evento académico?"

"Bem-vindo ao ‘Fórum de Lisboa’,” conclui Batalha. Segundo o colunista, o fórum é "na verdade, uma transumância (migração periódica) de lóbis brasileiros para a capital portuguesa. Só na edição deste ano estiveram representadas 12 empresas com processos perante o Supremo brasileiro – incluindo um empresário agraciado com uma decisão favorável do juiz Gilmar Mendes no âmbito da Lava Jato".

"Cá estiveram em Lisboa, a conviver com seis dos 11 juízes do mais alto tribunal brasileiro. O diretor da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, também cá esteve, com viagem paga pela Fundação Getúlio Vargas, que tinha sido recentemente alvo de uma investigação da própria Polícia Federal".

"Lisboa é, em suma, o palácio de Verão da elite brasileira, misturando-se juízes, advogados, governantes e empresários. Para quê, então, fazer os 7 mil quilómetros entre Brasília e Lisboa, com todos os sobrecustos associados? Porque o verdadeiro programa do ‘Fórum de Lisboa’ são as festas privadas, jantares e cocktails em que a elite se distrai quando não está a discutir os avanços e recuos da globalização".

"Reunido em animado convívio, a milhares de quilómetros do escrutínio dos seus concidadãos e da sociedade civil, o poder judicial, político e económico brasileiro discute os problemas do mundo, e resolve os seus. Mais avisada devia estar a Faculdade de Direito de Lisboa, parceira local da iniciativa".

"Mas não espanta que uma das Faculdades mais endogâmicas do país, complacente (senão cúmplice) com casos de assédio, verdadeira escola de poder (que não necessariamente de Direito) de Portugal se preste a acolher esta obscenidade.”

Para Batalha, a malandragem é “precisamente fazer-se às claras” esses arranjos. “Com agenda pública (e outra, privada, inconfessável), a festa do arranjinho brasileiro em Lisboa é a institucionalização da promiscuidade e o triunfo do poder total, em que dinheiro, política e lei se misturam na mesma agenda.”

17:56  |  


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sao pedro